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A dominância do bitcoin caiu durante o segundo trimestre; confira

06 jul 2021, 16:56 - atualizado em 06 jul 2021, 16:57
Confira, na segunda parte do artigo por Mira Christanto, da Messari, tudo o que aconteceu no mercado cripto durante o segundo trimestre de 2021 (Imagem: Unsplash/executium)

Veja como foi o desempenho do mercado cripto
durante o segundo trimestre

Mercados de bitcoin

Em termos de mercados, derivativos foram afetados nesse trimestre. Os mercados começaram fortes, conforme ether chegou a US$ 3 mil em 3 de maio para ter apenas US$ 246 milhões de posições abertas de compra, com um preço de exercício de US$ 5 mil no dia seguinte.

Porém, até o fim do trimestre, dada a enxurrada de liquidações, o número de posições abertas em futuros de bitcoin voltou para níveis do início do ano.

Contratos abertos de futuros de bitcoin em corretoras.

Do auge em 14 de abril, posições abertas caíram 56%. A primeira maior liquidação aconteceu em 18 de abril, conforme US$ 9,3 milhões de posições compradas foram liquidadas (grande parte, na Binance), mas o mercado se recuperou em seguida.

Apesar da limpa em abril, em 19 de maio, liquidações chegaram a US$ 76 bilhões (grande parte, na Huobi, Bybit e OKEx), derrubando ainda mais o mercado conforme investidores sobrealavancados foram forçados a vender.

Liquidações totais.

Apesar das liquidações agressivas e as vendas à vista, grandes detentores (entre 100 a 1 mil BTC) acumularam seus ativos durante a liquidação:

Fornecimento mantido por entidades com balanço entre 100 a 1 mil BTC (Imagem: Woonomic, Glassnode)

Também parecia que investidores no fuso horário americano estavam mais pessimistas do que aqueles no fuso horário asiático, gerando uma reversão de 90 dias antes do mês de maio.

Setor de criptomoedas: os ativos de melhor desempenho do segundo trimestre

DOGE (+325%), ETC (+268%), XRP (+12%) e ETH (+3%) tiveram um trimestre positivo.

Setor de criptomoedas: desempenho do segundo trimestre foi liderado por DOGE e ETC (Imagem: Messari)

DOGE se beneficiou com seu principal defensor, Elon Musk, que tuitou o nome do ativo pelo menos 13 vezes.

Para seus 57 milhões de seguidores, Musk também tuitou que está “trabalhando com desenvolvedores da DOGE para melhorar a eficiência de transações do sistema”, o que assustou muitos investidores cripto, já que, há anos, não houve desenvolvimento.

Porém, a proeza de DOGE nas redes sociais foi forte e o preço atingiu uma alta recorde de US$ 0,74 em 8 de maio, na época em que o “Dogefather” apareceu no SNL.

Desde o início do mês, o preço de DOGE multiplicou 12x na época, antes de terminar o trimestre em “apenas” 5x. A Coinbase também listou DOGE em 3 de junho (além de SHIBA em 15 de junho).

Porém, mesmo antes da aparição no SNL, DOGE havia subido 500% em uma semana de abril, quase destronando binance coin (BNB). Antes da listagem na Coinbase, o moderador do fórum WallStreetBets, no Reddit, suspendeu sua proibição, permitindo que usuários debatessem BTC, ETH e DOGE.

Em menos de 24 horas, se arrependeram dessa decisão e reiteraram sua decisão de banir cripto no fórum. A inflação de DOGE foi uma demonstração do “poder do povo”.

Embora o preço tenha caído 66% de sua alta recorde até o fim do trimestre, o grande desempenho de DOGE durante o trimestre mostrou que sua febre continua forte.

Investidores de DOGE em subfóruns no Reddit ficaram em terceiro lugar (Imagem: Skew)

Ethereum Classic (ETC) também teve um forte trimestre. ETC é o blockchain tradicional que se desvinculou da Ethereum após uma bifurcação drástica (ou “hard fork”) forçada, conhecida como The DAO, em julho de 2017.

Em 7 de maio, ETC teve um volume de US$ 55 bilhões em 24 horas enquanto sua capitalização de mercado era de apenas US$ 17 bilhões. O volume na Messari, de corretoras escolhidas, mostrou volumes de apenas US$ 414 milhões, indicando que pode ter havido muitos volumes falsos em ETC.

No entanto, ETC teve diversas atualizações de estado no trimestre passado, publicando um roteiro de desenvolvimento (“roadmpap”) e orçamentos para 2021, além de apresentar novas versões de software e atualizações de rede.

XRP continuou a ter um ótimo desempenho (12%), após sua alta de 164% no primeiro trimestre. Isso aconteceu em meio à diminuição de receios após uma liquidação de 30% após a medida coercitiva da SEC em dezembro de 2020.

O Conselho Geral da Ripple afirma que a incerteza regulatória é deliberadamente mantida pela SEC e que XRP é considerado injustamente como um valor mobiliário enquanto BTC e ETH andam livremente.

Já ETH terminou o segundo trimestre com uma alta de 13%. A moeda esteve forte no primeiro trimestre, com receios de estarmos em um superciclo e o preço despencar (“flippening”).

Deribit, plataforma de contratos de opções, viu opções de compra de US$ 5 mil com um valor nocional de US$ 331 milhões até 11 de maio. Cripto adora uma boa narrativa e Ethereum teve várias. Soluções de escalabilidade em segunda camada começaram a surgir, com liderança da Polygon.

A Ethereum implementou a atualização Berlin em 15 de abril e a futura EIP-1559, London, também vai solucionar alguns dos problemas nas altas taxas de transação. Além disso, o fornecimento do ether estava prestes a se tornar deflacionário em seu fornecimento.

ETH também passou batido no debate de de ESG na mineração, pois está se movendo na direção da Ethereum 2.0, com um mecanismo de consenso proof-of-stake (PoS). Além disso, as finanças descentralizadas (DeFi) atingiram novas altas de atividade em blockchain.

Porém, em meio às liquidações de bitcoin, a gravidade dá o ar de sua graça, cada token está correlacionado; dessa vez não foi diferente. ETH ainda teve um melhor desempenho do que BTC após ter caído em abril, mas seu desempenho subiu 16% em junho.

Desempenho de preço do bitcoin vs. ether divergiu em abril (Imagem: Messari)

A participação de mercado do ether ainda é pequena, mas está subindo, apesar da menor participação de mercado de DOGE, ETC e XRP. A dominância do bitcoin no setor de criptomoedas caiu de 79% para 65% no segundo trimestre:

Dominância do bitcoin no setor de criptomoedas cai de 79% para 65% (Imagem: Messari)

Setor de criptomoedas: os ativos de pior desempenho do segundo trimestre

BTC (-39%), DASH (-44%), XLM (-31%) e BSV (-30%) foram os ativos de pior desempenho.

Dash havia sido lançada como uma bifurcação do bitcoin, mas tinha uma forte narrativa de marketing focada no uso de caso em pagamentos.

Publicaram algumas atualizações de software e de blockchain no último trimestre, que vão resultar na atualização em 15 de julho. Seu baixo desempenho no trimestre pode ser atribuído à sua alta de 109% em fevereiro de 2021.

Stellar (XLM), uma bifurcação do protocolo Ripple, realizou duas grandes atualizações. Embora XRP e XLM tenham se correlacionado, XLM teve um desempenho menor no trimestre. Pode ser um testamento à importância de ter uma grande comunidade durante fortes liquidações.

Bitcoin SV (BSV) é uma bifurcação do Bitcoin Cash (BCH) que prioriza o que os criadores consideram como uma aderência rigorosa ao cliente original do Bitcoin, de Satoshi Nakamoto. Continuou a ter um baixo desempenho após subir 28% no primeiro trimestre.

Não houve grandes anúncios ou atualizações recentes do BSV. Porém, seu fundador decidiu processar o site Bitcoin.org para que removesse o whitepaper do bitcoin. O site não tentou se defender, a fim de proteger a anonimidade de seu fundador.

Dominância do bitcoin

A dominância geral do bitcoin caiu para 40% em 18 de maio, o dia em que houve a liquidação de US$ 7,6 bilhões, atingindo níveis não vistos desde julho de 2018.

Embora o preço do bitcoin tenha atingido um auge em 14 de abril, de US$ 64.654, a capitalização total do mercado atingiu seu auge em 11 de maio. Foi parecido com o padrão visto em dezembro de 2017, quando o bitcoin atingiu seu auge um mês antes das outras moedas.

Dominância do bitcoin quase atinge baixas de 2017 (Imagem: Messari)

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