Inflação

A deflação vai voltar? Veja impactos do IPCA de junho nos fundos imobiliários

10 jul 2023, 20:00 - atualizado em 10 jul 2023, 18:08
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Expectativa do mercado é de queda para o IPCA de junho e o cenário de deflação impacta fundos imobiliários (Imagem: Unsplash/ @ussamaazam)

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) será divulgado amanhã (11) e a expectativa do mercado é de queda em torno de 0,10% na inflação de junho.

Se confirmada, será a primeira deflação mensal desde outubro de 2022, puxada pelo preço da gasolina, desaceleração na alta dos preços de alimentos e serviços.

Quem sente os impactos de uma inflação em queda são os fundos imobiliários. Com isso, um dos impactos é a redução do valor dos dividendos distribuído aos investidores.

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Deflação x dividendos de fundos imobiliários

O head de fundos imobiliários da Acqua Vero, Gabriel Fiorillo, comenta que, com a deflação do ano passado, entre julho e setembro, os ativos de créditos (fundos de papel) tiveram dois movimentos negativos.

“O pagamento de dividendos teve o patamar reduzido e o valor das cotas caíram em meio à uma força vendedora maior com a queda dos rendimentos desses fundos imobiliários”, comenta.

Ele acrescenta que a volta da aceleração da inflação, a partir de outubro, fez com que a cotação dos fundos passasse a subir. Contudo, independentemente de queda do IPCA do mês passado resultando em uma deflação, o impacto nos FIIs tende a ser similar ao que foi em 2022. Entretanto, de menor magnitude.

“A gente espera que a distribuição de rendimentos em agosto seja menor por causa de um dado menor da inflação. O mercado já está precificando um pouco mais essa cotação, antecipando um dividendo menor para os cotistas”, diz Fiorillo.

O profissional da Acqua Vero reforça que, desde o cenário de deflação do ano passado, as cotas tiveram um ganho de capital puxado pelos fundos de tijolo. Porém, os fundos imobiliários de papel não exibiram esse ganho.

“Mas não acredito que o impacto do IPCA de junho e até mesmo o de julho seja grande como foi no ano passado. Caso ocorra, essa deflação deverá vir num ritmo menos intenso do que em 2022”, pondera.