‘A década perdida no Brasil acabou’, diz ‘careca do Goldman’
Robin Brooks, o economista-chefe do Instituto Internacional Financeiro (IIF, na sigla em inglês), reforçou o seu otimismo com o panorama da economia brasileira.
Conhecido nos corredores do mercado financeiro como ‘careca do Goldman’, uma alusão ao seu antigo emprego no banco de investimento, o economista-chefe do IFF foi a sua conta do X (antigo Twitter) para dizer que a “década perdida para o Brasil acabou”.
Segundo sua avaliação, a estagnação econômica vivida pelo país na década passada esteve ligada à “corrupção e uma política falida”, mas a principal âncora para o crescimento foi a abrupta queda do preço das commodities, haja vista queda de 70% do preço do barril de petróleo no triênio 2014-2016.
Mas a mudança no cenário internacional para commodities, com as exportações do agronegócio atingindo recordes e o preço do petróleo sendo guiado por uma tendência estrutural de déficit de oferta, o Brasil passou a se encontrar em um ambiente de exportações altamente favorável.
A sucessão de superávits na balança comercial do Brasil tem sido elogiada pelo economista, que vê nesse movimento uma forma de fortalecimento do real entre as moedas emergentes.
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“A Suíça da América Latina”
Em um dos seus comentários na sua rede social, publicado em abril, o economista-chefe do IIF chegou a afirmar que o Brasil estava no caminho para se tornar “a Suíça da América Latina.”
A comparação na época já fazia uma correlação da balança comercial superavitária com uma estabilidade externa cambial forte.
Ainda no início de 2022, o economista alemão afirmou que o valor do dólar correto seria R$ 4,50. Já no mês passado, Brooks voltou a proferir contra o pessimismo do mercado com a moeda brasileira.
“Claro, o Brasil não é perfeito, mas o resto dos países emergentes também não. Então, por que o real deveria ser negociado com um grande desconto em relação ao resto dos mercados emergentes?”, comentou.
Além do seu atual cargo, Brooks foi o economista-sênior do IMFNews, portal de notícias do Fundo Monetário Internacional. Ele também possui um pós-doutorado em Yale, obtido em 1998, e formação na London School of Economics.