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‘A continuidade do Plano Safra empresarial dependerá da disponibilidade de recursos do orçamento’, avalia diretor da TerraMagna

25 fev 2025, 11:39 - atualizado em 25 fev 2025, 11:40
Plano safra juros
Para diretor da TerraMagna, o Plano Safra não terá grandes valores e o produtor rural deve enfrentar condições difíceis de financiamento (iStock.com/Yevhen Smyk)

As dúvidas acerca dos recursos do Plano Safra 2025/2026que será lançado em junho ou julho, seguem vivas, apesar do governo anunciar uma MP (Medida Provisória) que libera R$ 4,178 bilhões em crédito extraordinário no programa agrícola do ano passado, e que entrou em vigor na segunda (24),

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na semana passada que os problemas para o andamento do Plano Safra se deram por conta da não aprovação do Projeto de Lei Orçamentária de 2025 (PLOA), que ainda está em tramitação no Congresso Nacional. O orçamento está previsto para ser votado em 11 de março.

Na avaliação de David Télio, diretor de novas estruturas financeiras da TerraMagna, o grande desafio para o novo programa agrícola e pecuário fica por conta de identificar o quanto o governo teria condições para manter um Plano Safra para agricultura empresarial dentro do orçamento deste ano.

“Estamos falando de produtores de pequeno, médio e até grande porte. Sabemos que a agricultura familiar segue no foco do governo, mas agora depende do orçamento para ver sobrarão recursos para o setor empresarial”.

Segundo o diretor da TerraMagna, a grande questão fica para as margens apertadas dos produtores na rentabilidade por hectare. Com isso, o aumento dos juros em relação ao mercado de crédito privado custará muito ao produtor, já que ele não consegue repassar este custo.

“O produtor paga um valor mais caro nos insumos, com juros do mercado de crédito privado, mas não consegue repassar, porque as traders não pagam o preço mais os juros, eles pagam o preço base Chicago”, discorre. 

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Impacto dos juros elevados no Plano Safra

Télio reforça que os preços das commodities se baseiam na dinâmica de oferta e demanda, dessa maneira, os valores variam de acordo pela falta de produtos e não pela questão dos estoques, não contabilizando os aumentos dos juros.

“Fica aí o sacrifício para o lado do produtor rural, que terá um achatamento ainda maior nas suas margens por conta dessa condição do Plano Safra, que provavelmente não deve ter grandes valores neste ano, com o agricultor tendo que pagar mais caro por isso. A perspectiva de uma Selic chegando em 15% dificulta muito a condição de financiamento”.

Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural, onde atuou como editor do Rural Notícias, programa de TV diário dedicado à cobertura do agronegócio. Por lá, também participou da produção e reportagem do Projeto Soja Brasil e do Agro em Campo. Em 2024, ficou entre os 80 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.