Política

A cinco meses da campanha, Bolsonaro usa discurso em evento para atacar Lula

31 jan 2022, 13:09 - atualizado em 31 jan 2022, 13:09
Jair Bolsonaro
Em um discurso de pouco menos de 20 minutos, Bolsonaro usou a maior parte do seu tempo para atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chamou de bandido, e o PT (Imagem: REUTERS/Adriano Machado)

Faltam ainda cinco meses para o início oficial da campanha eleitoral, mas o presidente Jair Bolsonaro gastou a maior parte do seu discurso, em uma unidade de gás natural da Petrobras (PETR4) em Itaboraí (RJ), para atacar seus principais adversários políticos.

Em um discurso de pouco menos de 20 minutos, Bolsonaro usou a maior parte do seu tempo para atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chamou de bandido, e o PT.

Depois de falar dos imigrantes da Venezuela, afirmou que esse será o destino do Brasil com a volta do partido.

“Esse é o destino do Brasil se deixarmos aquela quadrilha voltar para cá”, afirmou.

Apesar do discurso claramente político, disse: “Não estou fazendo campanha para mim. Mas é inadmissível pensar que aquele bandido voltando para cá vai atingir os anseios da nossa população. Isso não é verdade.”

As mais recentes pesquisas mostram que o ex-presidente está cerca de 20 pontos a frente de Bolsonaro nas intenções de voto para as eleições presidenciais. Além disso, no segundo turno Lula venceria Bolsonaro e todos os outros adversários apresentados até agora.

Bolsonaro tem se dividido entre ataques a Lula, que tem a liderança, e ao ex-juiz Sergio Moro, seu ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, e que tira alguns votos do presidente, de acordo com as pesquisas.

Contra Moro, usa o discurso de traição e de que o ex-juiz foi um ministro ineficaz, além de não comungar com princípios queridos aos bolsonaristas, como a liberação de armas.

Contra Lula, as acusações de risco de retorno de corrupção, volta de um suposto socialismo e ataques à propriedade privada.

“Há declarações de gente próxima desse cara planejando rever reformas, rever emendas da Constituição recentes feitas com muito sacrifício, retomar as armas legais que a população passou a ter no meu governo”, disse Bolsonaro, acrescentando depois: “Todos perderão, mais que dinheiro, mais que a propriedade privada, com certeza.”

Até agora, a tática do ex-presidente não tem surtido efeito nas pesquisas, com a distância para Lula se mantendo sem grandes alterações. Já Sergio Moro vem dividindo com Ciro Gomes um distante terceiro lugar, sem abalar, por enquanto, o segundo lugar da candidatura à reeleição de Bolsonaro.