Internacional

A China vai melhor do que os analistas esperam, e o vice-presidente do Bank of China Brasil diz por quê

29 maio 2024, 14:52 - atualizado em 29 maio 2024, 14:52
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Hsia Hua Sheng, vice-presidente do Bank of China (Brasil) falou sobre China no Asset Day da Empiricus Gestão (Imagem: Getty Images Signature/Canva Pro)

Para quem tem dúvidas sobre o futuro da China, a economia do país está indo muito bem, obrigado. A afirmação é de Hsia Hua Sheng, vice-presidente do Bank of China (Brasil).

“Se você quer entender um pouco mais sobre a economia chinesa, talvez a ótica seja um pouco diferente, porque as premissas são diferentes”, afirmou o executivo, que participou nesta quarta-feira (29) do Asset Day da Empiricus Gestão.

Sheng defendeu que o país está indo melhor do que muitos analistas esperavam e destacou a meta de crescimento econômico em torno de 5% para 2024.

O executivo do Bank of China apontou a rápida melhora do mercado interno, com destaque para o turismo da população chinesa dentro do país, como um dos fatores que tem impulsionado melhora na economia.

Além disso, ele destacou que o resultado da economia no primeiro trimestre de 2024 contou com o impulso das exportações, principalmente carros elétricos, painéis solares, baterias e relacionados.

Em relação ao segundo trimestre, Sheng disse vê a China nessa mesma rota, mas ponderou que o momento de reestruturação econômica deixa o país muito sensível aos acontecimentos no mundo e do mercado interno.

Os três pilares da economia chinesa

De olho na continuidade da melhora no país, Sheng apontou três principais fatores, sendo o primeiro a prosperidade comum, um programa do governo chinês para reduzir a desigualdade social e reduzir a concentração de renda.

Ele defendeu que, quanto mais distribuição de renda, mais robusto fica o mercado interno, sendo esse um dos principais motores de crescimento para a economia chinesa.

O segundo ponto é a economia verde, com perspectiva de muito investimentos, nos próximos 5 a 10 anos, em descarbonização e energias renováveis, além de carros elétricos voltado para economia verde e renovável.

Já o terceiro fator é a manufatura, mas não uma qualquer, mas sim digital e de alta tecnologia.

“Diferente dos outros países que pensam em manufatura em pedaços e fazendo globalização, como terceirização e cadeia produtiva global, com o mundo que está acontecendo hoje, principalmente os impactos geopolíticos, a China escolheu ter toda a cadeia de produção interna, nacionalizada. Não é o que qualquer país consegue fazer”, afirmou Sheng.

Entender o mercado chinês exige mudar de ótica

O executivo do Bank of China defendeu ainda uma forma alternativa de se medir o desempenho e o futuro da economia chinesa. Ele destacou, por exemplo, que a política monetária e fiscal do país tem mais função de ir ajustando a economia, de forma que a manufatura possa crescer numa plataforma estável.

“Ninguém faz economia na China pensando na economia em si, é apenas uma base para crescimento sustentável ao longo do tempo”, afirmou.

Neste cenário, a China vai olhar o problema do setor imobiliário — um dos pontos de atenção do mercado sobre o país — e ver como a política fiscal, por exemplo, pode ajudar nisso.

Em coluna escrita para o Money Times, Sheng explicou que, desde 2020, o setor imobiliário na China vem passando por uma reestruturação para evitar excesso de movimento especulativo, que afetaria o desenvolvimento sustentável futuro do país.

Confira a coluna completa: O que está acontecendo com setor imobiliário na China e como o Brasil entre nessa história

Assista também à apresentação do executivo no Asset Day da Empiricus. O evento está disponível na íntegra:

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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