A casa não caiu: O teto da dívida nos EUA, inteligência artificial nos investimentos, reta final do IR 2023 e outros destaques do dia
Até onde me consta, nenhuma casa começa a ser construída pelo teto. Mas nem por isso a estrutura deixa de ser essencial para manter a construção de pé e segurar as paredes no lugar.
Essa história que começa com jeito de newsletter de empreiteira tem um motivo. Na noite de ontem, o presidente dos Estados Unidos Joe Biden conseguiu o tão esperado acordo para expansão do teto da dívida norte-americana.
Isso significa que os EUA estão cada vez mais distantes de dar um calote na dívida — que teria consequências desastrosas para a economia global. Agora, Biden procura angariar votos para que a proposta seja aprovada no Congresso norte-americano.
Ou seja: aumentou o teto para a casa não cair.
Os investidores terão bastante tempo para digerir essas informações. Afinal, é feriado de Memorial Day nos Estados Unidos e as bolsas por lá não abrem hoje.
Além disso, estamos perto da virada do mês, momento em que os investidores costumam ajustar as posições de suas carteiras — o que costuma trazer alguma volatilidade para as bolsas.
Essa combinação mantém os índices sem um único sinal nesta segunda-feira (29).
Sem maiores destaques lá fora, os investidores locais acompanham a tradicional divulgação do Boletim Focus do Banco Central de hoje.
Essa será a primeira publicação da autoridade monetária após os dados preliminares de inflação virem menores do que o esperado. O IPCA-15 de maio avançou 0,51%, abaixo da mediana das expectativas dos analistas ouvidos pelo Broadcast, de alta de 0,65%.
Além do corte dos combustíveis promovido pela Petrobras, que deve influenciar no índice de maio, a apresentação do arcabouço fiscal ao Congresso pode dar munição ao Banco Central para uma redução de juros antes do esperado.
Ainda no panorama doméstico, os dados de inflação ao produtor serão divulgados na terça-feira (30) e, na quarta-feira (31), serão conhecidos os números de desemprego do Caged.
No mesmo dia, será publicado o resultado do governo central pelo Tesouro Nacional.
Já no exterior, os destaques vão para o índice de confiança do consumidor da Zona do Euro, na terça-feira, e, na quarta-feira, será divulgado o relatório Jolts de empregos nos EUA — e a partir daí, os dias começam a esquentar.
A virada do mês na quinta-feira (1º) tem como destaque o relatório ADP sobre trabalho privado, também nos Estados Unidos, que prepara o terreno para o payroll, o relatório de empregos mais importante do país, de sexta-feira (02).
Munido desses números, o Banco Central dos Estados Unidos (Federal Reserve ou Fed) tomará a decisão sobre a continuidade do aperto monetário por lá.
Se o mercado de trabalho permanecer resiliente, a autoridade pode optar por manter o ritmo de juros por lá na próxima reunião, que acontece entre 13 e 14 de junho.
Os dados de inflação da última sexta-feira (26) mostram que os preços continuam persistentemente altos. O PCE, índice inflacionário preferido do Fed, teve alta de 4,4% na última leitura, longe da meta do BC dos EUA de 2% ao ano.
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