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A casa caiu para MRV (MRVE3): Após sexto dia seguido de queda, é hora de vender?

17 out 2022, 17:40 - atualizado em 18 out 2022, 9:26
Mercados
A prévia da MRV no terceiro trimestre acendeu uma luz vermelha para as ações da empresa. Mas elas podem ficar amarela e até verde no médio prazo (Imagem: Unsplash/ @ussamaazam)

Os números da MRV (MRVE3) no terceiro trimestre não foram nada animadores. A prévia operacional mostrou números fracos em meio à queda nas vendas líquidas, nos lançamentos e uma queima de caixa bilionária, puxada pela subsidiária americana Resia (ex-AHS).

Isso refletiu nas ações da construtora mineira que engataram o sexto pregão de queda ao desabarem 11,42%, a R$ 9,31. Foi o papel de pior desempenho do Ibovespa hoje, enquanto o índice disparou mais de 1%.

Com o tombo, a MRV tem desvalorização de 25% no mês e de pouco mais de 21% no acumulado de 2022. É hora de vender os papéis?

Nem tudo está perdido para MRV

Os analistas do Bradesco BBI, Bruno Mendonça e Pedro Lobato, avaliam que o trimestre não foi bom para a MRV, com as operações fracas no Brasil e nenhum projeto vendido nos Estados Unidos. Além da queima de caixa ser pior que esperada.

Porém, esses números de julho a setembro são temporários. Segundo eles, as novas regras do programa Casa Verde e Amarela (CVA) devem permitir que MRV “reacelere” lançamentos e vendas já no quarto trimestre. Como também deve entregar margens melhores ao longo de 2023.

“Vemos uma vantagem decente para nossas estimativas de Brasil, supondo que o aumento da margem em 2023 seja confirmado”, dizem.

Economia nos EUA desafia Resia

A subsidiária Resia deve seguir consumindo caixa, mas tende a suavizar pela venda de projetos, eventualmente, equilibrando a geração de caixa.

“O risco percebido sobre a Resia em um momento de aperto nos Estados Unidos é altamente justificável, pois o retorno de capital em investimentos imobiliários internacionais [REITReal Estate Investment Trusts] ainda estão abaixo dos planos de negócios da empresa. Mas claramente em tendência crescente”, pondera a equipe do Bradesco. 

A equipe do Itaú BBA avalia que a MRV surpreendeu investidores ao construir um modelo de negócios nos Estados Unidos que se mostrou competitivo e bem-sucedido.

“Infelizmente, quando os investidores finalmente entenderam o negócio, foram recebidos pelas condições mais desafiadoras no mercado imobiliário dos Estados Unidos”, destacam os analistas do BBA.

Esperança no Brasil

Para as operações no Brasil, a expectativa do BBA é de um ambiente positivo, mas com recuperação lenta.

Os analistas reforçam que não viam um cenário tão favorável para habitação de baixa renda com preços em alta, forte demanda, custos em queda e ciclo de flexibilização de entrada, por um tempo. 

“A MRV provavelmente se beneficiará disso. Porém, a prévia operacional indica que seus pares estão mais à frente nesse processo”, dizem, comparando a velocidade de vendas das construtoras do segmento.

Eles observam que a velocidade da MRV caiu 1,2 ponto percentual no trimestre, para o menor nível histórico de 12%. Enquanto as exibições de Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3) foram mais estáveis, perto de seus níveis mais altos em 39% e 18%, respectivamente.

Para a equipe do BTG Pactual, a reação negativa do mercado à prévia é justificada pelo temor de um grande endividamento da construtora por seus investidores. Ainda assim, o banco continua “comprador”. 

“A Resia oferece grande valor aos acionistas, mas isso não está precificado na ação porque a maioria dos investidores está preocupada com sua alavancagem, sem levar em conta o crescimento. Ela se torna quase uma opção gratuita que pode valer muito. Além do cenário para o programa CVA que melhorou muito”, observa.

Recomendações para MRV

Enquanto o Itaú BBA cortou o preço-alvo e a recomendação de compra para neutra, Bradesco BBI e XP mantiveram compra, com preço-alvo de R$ 17 por ação.

Já o preço-alvo do BTG Pactual é de R$ 23 (compra mantida).

O Morgan Stanley manteve a recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 16.

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