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A ‘bomba-relógio armada’ do etanol de milho, segundo Werner Roger, CIO da Trígono

13 nov 2025, 7:16 - atualizado em 12 nov 2025, 17:17
Werner Roger, CIO da Trígono Capital e especialista em small caps
Imagem: Divulgação.

O CIO da Trígono Capital, Werner Roger, gestora de small caps com mais de R$ 2,5 bilhões sob gestão, alerta para o que ele chama de “bomba-relógio armada” no mercado de etanol de milho do Brasil.

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“Essa ‘bomba’ está nas plantas de etanol que não têm consórcio com a cana-de-açúcar e dependem 100% do preço do milho. Se houver uma frustração de safra no Brasil ou nos EUA e o milho disparar, principalmente se o petróleo e o etanol não acompanharem essa alta, arrebenta o setor— especialmente quem está investindo agora”, afirmou ao Money Times.

Segundo o gestor, trata-se de um risco subestimado pelo mercado, que age como se os preços fossem permanecer em um “berço esplêndido”.

Ele destaca que há diversas variáveis fora do controle dos produtores, como o clima, a demanda chinesa e o consumo global de proteínas, que influenciam diretamente a decisão entre plantar soja ou milho.

“Não há mecanismos de hedge de longo prazo para o milho com volume suficiente — nem mesmo para os novos projetos que estão sendo desenvolvidos”, alerta.

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O que pode pesar sobre os preços do milho?

Werner também chama atenção para o aumento expressivo dos custos de biomassa, especialmente do cavaco de madeira usado na geração de energia e na secagem de grãos.

Segundo ele, o preço do metro cúbico (m³) do cavaco subiu de R$ 60 em 2020 para R$ 300 em 2025 no Paraná — uma alta de 400%.

“O preço da madeira e da energia vai subir. Quem tem o etanol consorciado com biomassa — como é o caso da São Martinho (SMTO3) — utiliza essa biomassa para gerar energia para o etanol de milho, o que aumenta a rentabilidade. Além disso, quem produz açúcar pode escolher fazer mais açúcar. Nem todos têm essa flexibilidade ou presença em diferentes regiões”, explica.

Modelo flex e diversificação como solução

Para o CIO da Trígono, o modelo “flex” de usinas — que integram a produção de açúcar, etanol de cana e etanol de milho em um mesmo complexo industrial — é o mais sustentável. Além disso, operar em diferentes estados ajuda a mitigar riscos climáticos.

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“Você também tem o etanol de trigo no Rio Grande do Sul e o caso da 3tentos (TTEN3), que produz biodiesel e etanol de milho. Isso proporciona flexibilidade e diversificação. Embora atue no mesmo segmento da AgroGalaxy (AGXY3), na distribuição de insumos, a empresa mostra um desempenho muito superior”, observa.

Apesar de o momento atual ser mais favorável ao milho em relação à cana-de-açúcar, Werner Roger acredita que esse quadro pode se inverter caso o preço do açúcar suba e o milho fique mais caro — o que beneficiaria as usinas canavieiras.

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Repórter
Formado em Jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu. Atua como repórter no Money Times desde março de 2023. Antes disso, trabalhou por pouco mais de 3 anos no Canal Rural. Em 2024 e 2025, ficou entre os 100 jornalistas + Admirados da Imprensa do Agronegócio.
pasquale.salvo@moneytimes.com.br
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