Benndorf

A Bolsa perdeu o fôlego?

24 fev 2017, 19:57 - atualizado em 05 nov 2017, 14:07

Após encostar nos 70 mil pontos e reavivar o antigo sonho de bater o recorde histórico de 73.516 pontos alcançado lá em 20 de maio de 2008, o Ibovespa soluçou nos últimos dias e chegou hoje ao terceiro dia no vermelho. É uma queda de quase 4%, mas já o suficiente para que os investidores se perguntem se já não fomos longe demais em um país que ainda tenta sair da lama da recessão.

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“O movimento ainda nos parece saudável e nada assustador. Os indicadores já indicavam que o índice estava sobrecomprado. Buscamos muitas razões para isso, mas o mercado parece estar só realizando lucros”, avalia o analista Victor Benndorf, da Benndorf Research. Para ele, no curto prazo ainda não há uma visão de reversão negativa, o que pode ganhar força caso o nível dos 66 mil pontos seja rompido.

A Itaú Corretora também opinou sobre o assunto em um comentário enviado a clientes. Para a equipe de análise, a semana foi impactada por um fluxo menor de investidores estrangeiros, a temporada de resultados ruim, realização de lucros e um movimento de correção técnica. “Nossa visão construtiva para a bolsa em 2017 permanece inalterada”, afirma o relatório. A corretora considera a aprovação das reformas fiscais, além de por na conta os efeitos da queda de juros e a alavancagem operacional das empresas.

“A aprovação da reforma da Previdência continua com perspectiva positiva e a queda de juros ganhou ainda mais força nas últimas duas manifestações do Copom. Quanto a alavancagem das empresas, os resultados de modo geral ruins (com exceções como a Vale), são esperados, à medida que o ambiente de negócios do quarto trimestre de 2016 continuou deteriorado. Contudo, a leitura é que as empresas estão com melhores estruturas de custos e devem melhorar suas margens quando da recuperação da economia”, afirma o Itaú.

O que fazer?

Para Benndorf, essa correção ainda não abre espaço para formação de carteira, o que poderia ser feito perto dos 62 ou 63 mil pontos. “A ideia é operar com stops bem definidos. Uma correção aconteceu em 2016 e pode acontecer agora, mas é melhor esperar a comprar no maior patamar em seis anos”, alerta o Benndorf.

O Itaú enxerga da mesma maneira: “acreditamos que a melhor forma de aproveitar esses movimentos de realizações de curto prazo é através de operações de curto prazo”. Aqui eles indicam a venda das ações da Even (EVEN3) e alocações táticas mais defensivas, como o retorno da Telefônica Brasil (VIVT4) para a sua carteira Top 5.