A Bolsa ou o caixa: IPO é vital para Pague Menos reduzir dívidas sem queimar dinheiro
A oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) não servirá apenas para que a Pague Menos levante capital para bancar seus investimentos, como a expansão de uma rede que já conta com 1.124 lojas em 327 cidades.
O dinheiro é estratégico para resolver um problema mais urgente: reduzir o endividamento da companhia, sem queimar caixa.
A avaliação é de Fred Mendes e Flávia Meireles, que assinam um breve comentário sobre a abertura de capital da Pague Menos, no relatório distribuído pela Ágora Investimentos aos clientes nesta sexta-feira (26).
“A empresa está ciente de que as farmácias de varejo e outros concorrentes resultaram em margens compactadas e, devido ao seu alto endividamento, está suscetível à perda de geração de caixa e, portanto, investimento”, afirmam os analistas.
Eles lembram que a Pague Menos apresenta um nível de endividamento de 1,6 vez a dívida/líquida sobre ebitda. Suas concorrentes diretas estão bem mais enxutas. A Raia Drogasil (RADL3) está em 0,9 vez, e a Panvel (PNVL4), 0,9 vez.
Segundo a Ágora, a Pague Menos pode captar R$ 1,5 bilhão na operação. A empresa encerrou março com dívida líquida de R$ 822 milhões. O problema é que o caixa estava em R$ 82,4 milhões (uma queima de R$ 38,6 milhões em relação a dezembro), e o montante cobre apenas 36,4% da dívida de curto prazo.
Veja o pedido de registro do IPO apresentado à CVM.
Veja o relatório de resultados do primeiro trimestre.