A bolsa no fio da navalha: inflação ao consumidor dos EUA, risco de shutdown do governo norte-americano e flexibilização da meta fiscal no Brasil; confira o que mexe com os mercados hoje
Os mercados financeiros caminham sobre o fio da navalha na manhã desta terça-feira. A direção dos ativos de risco hoje vai depender em grande parte dos números da inflação ao consumidor norte-americano em outubro.
A expectativa dos analistas é de desaceleração da alta dos preços nos Estados Unidos. Uma eventual confirmação dessa expectativa terá o potencial de ajudar a manter a recuperação dos mercados de ações observada nesta primeira quinzena de novembro.
Se o número vier salgado, porém, os alertas dos dirigentes do Fed de que os juros podem subir ainda mais voltarão a ecoar na cabeça dos investidores.
Caso venha melhor que o esperado, o indicador pode colocar em segundo plano uma série de ruídos: desde a flexibilização da meta fiscal no Brasil à tensão geopolítica internacional e ao risco de shutdown nos Estados Unidos.
A divulgação dos números da inflação ao consumidor norte-americano em outubro está prevista para as 10h30.
Por aqui, os investidores repercutirão ainda o reencontro do Magazine Luiza com o lucro, bem como o ajuste contábil revelado pela varejista e os resultados da JBS, da Marfrig e da Azul.
Ao mesmo tempo, o feriado que amanhã manterá a bolsa brasileira fechada enquanto o mundo inteiro funciona tende a drenar parte da liquidez hoje.
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O que você precisa saber hoje
VALE A PENA VER DE NOVO?
Magazine Luiza (MGLU3) deixa prejuízo para trás e lucra R$ 331,2 milhões no terceiro trimestre — mas também revela ajuste contábil. A última vez que a companhia teve resultado líquido positivo foi no quarto trimestre de 2021.
MINA INTERDITADA
De novo, Vale (VALE3)? Agência suspende atividade após empresa não comprovar estabilidade em mina de Mariana (MG). Nesta semana, a Agência Nacional de Mineração e a Defesa Civil realizam vistoria no local para definir a linha de ação que a mineradora deve adotar.
CARA A CARA
Biden e Xi: o que esperar do encontro dos homens mais poderosos do planeta. Os dois presidentes não devem desviar de assuntos polêmicos — membros do alto escalão do governo dos EUA já disseram que ambos devem tratar de temas espinhosos no encontro de quarta-feira.
INSIGHTS ASSIMÉTRICOS
Doce ilusão de estabilidade nos EUA: Juros, risco fiscal, política interna e tensão com a China definirão rumo dos mercados na reta final de 2023. A incerteza fiscal nos EUA, a possibilidade de shutdown e a polarização política abalam a confiança dos investidores, de acordo com o colunista Matheus Spiess.
GREEN BONDS
O Tesouro Nacional faz a primeira emissão de títulos verdes em dólares no mercado externo; veja os detalhes. Títulos sustentáveis foram lançados em setembro, mas o governo ainda aguardava a melhor janela para fazer a emissão; o primeiro título vence em 2031.
PROJEÇÕES DA OPEP
Gasolina mais barata? O que o maior cartel de petróleo do mundo prevê para os combustíveis no Brasil. A Petrobras anunciou um corte no preço da gasolina e do diesel no dia 19 de outubro mesmo com chances de disparada do petróleo.
BALANÇOS
XP (XPBR31) tem lucro recorde no terceiro trimestre e anuncia pagamento bilionário em dividendos; veja quem pode receber. Essa é a segunda vez que a corretora distribui proventos desde que abriu capital na Nasdaq, em dezembro de 2019 — em setembro deste ano, a empresa pagou US$ 320 milhões; saiba quanto pode pingar no bolso do acionista agora.
SURFANDO A MESMA ONDA
Itaúsa (ITSA4) pega carona na XP (XPBR31), tem lucro recorde e anuncia pagamento de dividendos; confira prazos e valores. O maior lucro líquido recorrente da história da holding do Itaú aconteceu graças ao desempenho operacional das investidas e à marcação a mercado positiva das ações da XP.
REAÇÃO AO BALANÇO
Esta empresa da B3 vai adoçar o bolso dos acionistas com mais dividendos, mas o balanço do 3T23 desceu mal e as ações caem forte. O mercado reage mal ao balanço da dona de marcas como Adria e Piraquê, mesmo com o lucro maior no terceiro trimestre de 2023.
OH, NO!
Um bancão em apuros: entenda por que um gigante banco de Wall Street transformou-se na mais nova preocupação do mercado. A ação caiu mais de 14% nos últimos meses e recua 8,5% nos seis anteriores, mais do que a queda vista nos papéis dos seus seus demais concorrentes.
Uma boa terça-feira e um excelente feriado para você!