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A Bolsa está cara ou barata? Depende de como você olha

13 dez 2019, 15:44 - atualizado em 13 dez 2019, 15:44
B3 Mercados
Há setores que subiram muito mais do que outros e que, portanto, podem estar mais caros, mostra análise (Imagem: B3/Youtube)

“A Bolsa está cara ou barata?”, “Depois das altas, ainda dá para entrar na Bolsa?” Estas são perguntas frequentes, mas a resposta não é tão óbvia e é preciso um olhar mais profundo antes de tirar melhores conclusões.

O que normalmente vemos é que os estudos e das pessoas se concentram em fazer uma avaliação do potencial do Ibovespa, que é uma cesta com diversas ações, portanto, uma média.

Hoje, ao analisarmos um dos índices mais usados para esse tipo de avaliação, o P/L – preços das ações/lucros por ações das empresas listadas, vemos que, em média, a Bolsa negocia a um múltiplo de 12,4 vezes, ou seja, um pouco acima da sua média histórica. Esse indicador é uma base de quantos anos o investidor precisa para obter retorno sobre o valor investido em uma ação. Em tese, quanto maior o P/L, mais cara a Bolsa e quanto menor, mais descontada.

Ao analisar o gráfico abaixo e considerando dois desvios padrões da média histórica de 11,5, vemos que o PL do Ibovespa, ao longo destes últimos dez anos, já ultrapassou a marca de 14 vezes, bem como atingiu o seu menor valor ao encostar em um PL ao redor de 8 vezes.

 

Mas esse é um estudo simplista, pois está baseado no P/L do Ibovespa, que é a média do mercado de ações. Com essa abordagem, não é possível ver de forma detalhada os vários níveis de desempenho das companhias abertas – na média, acima ou abaixo do índice.

Por isso, separamos três informações para uma visão mais abrangente. Na primeira coluna, um gráfico com o percentual de participação de cada um dos principais setores da Bolsa – consumo, bancos, commodities, financeiro, concessões/elétricas e real estate. Estes números representam o peso destes segmentos na composição do Ibovespa.

Na coluna seguinte, mostramos quanto cada setor contribuiu com a alta do Ibovespa, que subiu 23,15% entre janeiro e novembro deste ano. Neste gráfico, vemos que o setor de consumo, por exemplo, contribuiu com 39,57% da valorização do principal índice da Bolsa, enquanto os bancos contribuíram com 19,12% e assim por diante.

E na terceira coluna, o gráfico mostra o quanto cada um destes setores subiram individualmente. Por exemplo, as companhias do setor de consumo tiveram uma valorização média de 45,35%; as empresas d,47%, eo setor elétrico, uma alta de 43 as de real estate, de 38,35%. Já os bancos subiram 17,40% e as ações das empresas de commodities subiram, em média, somente 6,84%.

Veja nos gráficos abaixo, a análise dos principais setores na B3, de janeiro a novembro de 2019:

Apenas com esta comparação, vemos que há setores que subiram muito mais do que outros e que, portanto, podem estar mais caros. No entanto, também é importante analisar o comportamento dos setores em separado, achando suas médias históricas para fazer comparação com os PLs de cada uma das suas companhias com o objetivo de entender quais são realmente as melhores oportunidades.

Portanto, generalizar que a Bolsa está cara ou barata é uma análise simplista e que vale apenas para entender o movimento geral do mercado, mas não para tomar uma decisão de investimento. Investir em tendências é uma estratégia, mas investir em ações é colocar em prática a estratégia de stock picking, ou seja, selecionar ações de empresas de qualidade, que tenham bons planos de negócios, com gestores eficazes, altas margens de lucro e baixo endividamento, e que ainda estejam descontadas em relação às suas concorrentes.

Conte com a ajuda de um consultor de investimentos e de um analista de ações para a tomada de decisões mais assertivas e de um simulador de investimentos para testar sua carteira.

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