Após virar réu, Bolsonaro diz que acusação de golpe é ‘infundada’

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que as acusações de sua participação em tentativa de golpe de Estado são graves e infundadas. A declaração ocorreu após a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitar as denúncias contra Bolsonaro e sete de seus aliados.
“Parece que tem algo pessoal contra mim. A acusação é muito grave, e são infundadas. E não é da boca para fora”, afirmou em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (26).
O ex-presidente também ressaltou que pediu a desmobilização de movimentos que pediam intervenção militar e que teria colaborado com a transição de governo.
Em sua conta no X (antigo Twitter), Bolsonaro afirmou que a motivação por trás do julgamento não é jurídica, e sim política. De acordo com ele, o tribunal quer impedir que o ex-presidente participe das eleições presidenciais de 2026.
“Estão com pressa. Muita pressa”, escreveu em publicação. “Numa disputa justa, não há candidato capaz de me vencer”.
– Estão com pressa. Muita pressa. O processo contra mim avança a uma velocidade 14 vezes maior que o do Mensalão e pelo menos 10 vezes mais rápida que o de Lula na Lava Jato.
– E o motivo? Nem tentam mais esconder. A própria imprensa noticia, abertamente e sem rodeios, que a… pic.twitter.com/JadGJP6FBR
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) March 26, 2025
Bolsonaro se torna réu por tentativa de golpe
Além de Bolsonaro, também foram julgados:
- Walter Braga Netto – ex-ministro da Casa Civil e Defesa
- Anderson Torres – ex-ministro da Justiça
- Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional
- Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa
- Almir Garnier Santos – ex-comandante da Marinha
- Alexandre Ramagem – ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)
- Mauro Cid – tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro
Agora, será aberta uma ação penal e os acusados se tornam réus no caso. Cabe ao STF iniciar o processo de investigação, recebimento de novas provas e de ouvir as testemunhas de defesa. A Procurador-Geral da República (PGR), então, deverá se manifestar pela absolvição ou condenação dos acusados.
A expectativa do STF é chegar a um veredito até o fim de 2025. Se condenados, eles podem pegar penas que chegam a 43 anos de prisão.