A ação para aproveitar o boom de infraestrutura (e que o mercado está ignorando)
Desde que realizou o seu IPO (Oferta Pública de Ações, em português), as ações da OceanPact (OPCT3) derreteram 65%.
De acordo com Itaú BBA, em relatório enviado a clientes, três são os motivos que explicam esse tombo:
- atrasos de novas embarcações, o que afetou as expectativas de Ebitda para 2021;
- o acordo com o Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (SINDMAR), que elevou os salários de alguns trabalhadores da empresa;
- postergações de projetos de exploração e produção de petróleo no Brasil – em grande parte devido a pandemia – que afetou a utilização de embarcações;
Apesar desses aspectos negativos, o BBA afirma que o mercado não está se dando conta de quanto a OceanPact pode ganhar com os grandes investimentos no Brasil, bem como o caminho sólido da empresa em renovar contratos.
Segundo os analistas, o país deve receber investimentos de mais de R$ 250 bilhões nos próximos anos.
“O governo brasileiro melhorou substancialmente o marco regulatório das empresas de exploração e produção (E&P) de petróleo. Da redução do conteúdo local à redução dos royalties na maturidade de campos, essas melhorias fizeram com que o Brasil se tornasse um dos principais alvos de investimentos das empresas de E&P em todo o mundo”, completa.
Outro fator positivo para o setor é o grande número de projetos que devem entrar em fase de descomissionamento.
Mas paciência: a combinação de resultados fracos e investimentos maiores em 2021 resultará em menores ROIC ( Retorno Sobre Capital Investido) nos próximos trimestres, alerta.
“Dada a nossa expectativa de menores investimentos no futuro, acreditamos que o principal objetivo do OceanPact é transformar sua competência em renovação de contratos em geração de caixa”, pontua.
O BBA tem recomendação outperform, ou seja, acima da média do mercado, para os papéis da companhia, com preço-alvo de R$ 9 até 2022, o que implica potencial de alta de 83% ante o último fechamento.