Comprar ou vender?

A ação para aproveitar o boom de infraestrutura (e que o mercado está ignorando)

28 ago 2021, 15:44 - atualizado em 30 ago 2021, 14:41
Segundo os analistas, o Brasil deve receber investimentos de mais de R$ 250 bilhões nos próximos anos (Imagem: Site/Oceanpact)

Desde que realizou o seu IPO (Oferta Pública de Ações, em português), as ações da OceanPact (OPCT3) derreteram 65%.

De acordo com Itaú BBA, em relatório enviado a clientes, três são os motivos que explicam esse tombo:

  • atrasos de novas embarcações, o que afetou as expectativas de Ebitda para 2021;
  • o acordo com o Sindicato Nacional dos Oficiais da Marinha Mercante (SINDMAR), que elevou os salários de alguns trabalhadores da empresa;
  • postergações de projetos de exploração e produção de petróleo no Brasil – em grande parte devido a pandemia – que afetou a utilização de embarcações;

Apesar desses aspectos negativos, o BBA afirma que o mercado não está se dando conta de quanto a OceanPact pode ganhar com os grandes investimentos no Brasil, bem como o caminho sólido da empresa em renovar contratos.

Segundo os analistas, o país deve receber investimentos de mais de R$ 250 bilhões nos próximos anos.

“O governo brasileiro melhorou substancialmente o marco regulatório das empresas de exploração e produção (E&P) de petróleo. Da redução do conteúdo local à redução dos royalties na maturidade de campos, essas melhorias fizeram com que o Brasil se tornasse um dos principais alvos de investimentos das empresas de E&P em todo o mundo”, completa.

Outro fator positivo para o setor é o grande número de projetos que devem entrar em fase de descomissionamento.

Mas paciência: a combinação de resultados fracos e investimentos maiores em 2021 resultará em menores ROIC ( Retorno Sobre Capital Investido) nos próximos trimestres, alerta. 

“Dada a nossa expectativa de menores investimentos no futuro, acreditamos que o principal objetivo do OceanPact é transformar sua competência em renovação de contratos em geração de caixa”, pontua.

O BBA tem recomendação outperform, ou seja, acima da média do mercado, para os papéis da companhia, com preço-alvo de R$ 9 até 2022, o que implica potencial de alta de 83% ante o último fechamento.

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