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A ação ‘esquecida’ que dispara 20% nesta quinta; XP vê alta de mais 200%

23 fev 2023, 16:22 - atualizado em 23 fev 2023, 20:41
Aeris
Aeris já caiu demais? Ação é um dos destaques nesta quinta-feira (Imagem: Reprodução/ Linkedin da Aeris)

A Aeris (AERI3), que abriu capital em 2020, época das vacas gordas no mercado de IPOs, disparou 20%, liderando a alta entre as ações da Bolsa nesta quinta (23), sem, contudo, nenhum motivo aparente.

Fora do Ibovespa, a ação chegou a ser negociada a R$ 13. Porém, o cenário de juros somado à conjuntura ruim da economia fez a empresa virar pó. Nas mínimas, o papel bateu o patamar de R$ 0,88.

Recentemente, a empresa apresentou prejuízo líquido de R$ 39,4 milhões no quarto trimestre de 2022. Com isso, reverteu o lucro de R$ 18,1 milhões registrado no mesmo trimestre de 2021.

No acumulado de 2022, a companhia apresentou perdas de R$ 92,7 milhões, ante ganhos de R$ 69,1 milhões em 2021.

Em sua defesa, a empresa diz que sentiu a alta de 14,3% no preço médio de venda das pás (em USD/MW), parcialmente compensada pela redução de 8,6% no volume faturado em MW.

“Parte do aumento de preço se deve ao reajuste retroativo do repasse do custo de materiais diretos”, explica.

XP vê oportunidade na Aeris

Em relatório de setembro do ano passado, a XP elevou a recomendação da Aeris de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 4, o que implica potencial de alta de 194%.

De acordo os analistas Lucas Laghi e Pedro Bruno, em termos de valuation, o ROIC (retorno sobre o capital investido) estrutural acima da média deveria justificar múltiplos mais altos.

Além disso, os analistas sustentam uma:

  • maturação das linhas de produção em 2023-24 devem aumentar as perspectivas de retorno da empresa;
  • alta visibilidade de receita nos próximos anos devem reduzir os riscos de crescimento de curto prazo;
  • fundamentos fortalecidos de fontes renováveis ​​e melhor ponto de vista de preços fabricantes de turbinas eólicas para impulsionar um crescimento sustentável de longo prazo do setor;

Resultados ruins

Porém, a XP classificou os resultados do quarto trimestre como ruins, com Ebitda, que mede o resultado operacional, de R$ 81 milhões e não o suficiente para compensar as piores despesas financeiras.

“Observamos a continuidade dos fracos níveis de produtividade da empresa como o principal destaque negativo, com produção de 675 MW representando 40% dos volumes projetados durante o trimestre (vs. 95% no 2T22 e 53% no 3T22), refletindo em parte as dificuldades operacionais de se produzir modelos de pás maiores e mais complexos”, dizem.

Além disso, a corretora pontua que o desempenho do capital de giro continua preocupante, com altos níveis de estoque continuando a impactar a geração de caixa (mitigado por aumentos de adiantamentos de clientes).

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