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A ação do varejo alimentício que está bem descontada e pode dobrar de preço, segundo Itaú BBA

28 jun 2022, 15:04 - atualizado em 28 jun 2022, 15:04
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Papéis do Grupo Pão de Açúcar são negociados com “desconto maciço”, diz Itaú BBA (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)

O Itaú BBA retomou a cobertura do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) com recomendação de outperform (desempenho esperado acima da média do mercado) e novo preço justo de R$ 32 para a ação ao fim de 2022, o que representa um potencial de valorização de 95% sobre a cotação do último fechamento.

Segundo a instituição, os papéis do grupo são negociados com “desconto maciço” de 50%, com cada unidade de negócio (operações no Brasil, Éxito e Cnova) bem descontada.

Na avaliação do BBA, o principal ponto de preocupação dos investidores é a venda dos hipermercados Extra para o Assaí (ASAI3).

O Pão de Açúcar e o Assaí anunciaram em outubro a celebração de um acordo de até R$ 5,2 bilhões. A transação envolve a conversão das lojas Extra Hiper, que eram operadas pelo grupo em Cash & Carry, sob a bandeira Assaí.

O BBA destaca que a transação, além de incluir o fechamento de algumas unidades e de um centro de distribuição, conta com um processo de desligamento de funcionários, o que geraria provisões trabalhistas que podem chegar a bilhões de reais.

Ainda assim, a empresa oferece uma proposta de valor de risco-retorno positiva, avalia o BBA.

“Fizemos uma análise de sensibilidade sobre o preço atual das ações do Pão de Açúcar e possíveis valores de monetização para Éxito e Cnova para estipular o valor implícito da operação. Concluímos que, mesmo com aproximadamente 50% de desconto no preço de tela dos dois ativos, o valor atribuído para a operação no Brasil está perto de zero. Por isso, acreditamos que uma potencial monetização geraria valor para o Pão de Açúcar”, afirma o time de análise de consumo do BBA.

Novo posicionamento estratégico

A descontinuidade da divisão de hipermercados marca um novo ciclo para o Grupo Pão de Açúcar.

O grupo está com um novo posicionamento estratégico para melhorar sua posição no mercado de varejo alimentício premium, com foco em melhora de proposta de valor da bandeira Pão de Açúcar.

A nova estratégia é baseada em seis pilares, destaca o BBA:

  1. melhorar receitas do Pão de Açúcar;
  2. qualidade de serviço (NPS);
  3. fortalecimento da rede omnichannel;
  4. aceleração de abertura de lojas, com foco em lojas de proximidade;
  5. melhorar lucratividade; e
  6. alavancar o compromisso da companhia em ESG (melhores práticas ambientais, sociais e governamentais).

A nova estrutura também marca a entrada do novo CEO do Grupo Pão de Açúcar, Marcelo Pimentel, que deve desenrolar o posicionamento estratégico da companhia a partir de agora, acrescenta o BBA.

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