A ação de saúde que está chamando a atenção dos gringos e pode brilhar no 4T22, segundo analistas
A relação entre gringos e o setor de saúde brasileiro parece ter se complicado. Ao ouvir investidores norte-americanos, o Itaú BBA chegou à conclusão de que as empresas perderam a atratividade após a divulgação de performances operacionais fracas e com o impacto negativo de um cenário de juros elevados.
“Tivemos algumas conversas sobre esses nomes [do setor de saúde], mas parece que os investidores estão esperando maior visibilidade em relação a cortes de taxas de juros para comprá-los”, comenta a equipe de análise do BBA, em relatório divulgado neste mês.
A XP Investimentos também ouviu investidores norte-americanos e teve a mesma percepção: os estrangeiros estão “ligeiramente negativos” com as empresas de saúde no Brasil. Ainda assim, estão olhando de perto algumas delas.
O destaque parece ser a Rede D’Or (RDOR3), avalia a XP. Porém, é consenso que as ações da companhia estão caras, negociadas a 27,2 vezes P/L (preço sobre lucro) ao fim de 2023.
A XP conta que as reuniões com os investidores giraram em torno das empresas com maior valor de mercado – além de Rede D’Or, Hapvida (HPAV3) e Hypera (HYPE3). No entanto, a corretora notou que uma ação parece estar ganhando relevância entre os americanos ativos na Bolsa.
De acordo com a XP, o interesse pela Oncoclínicas (ONCO3) foi muito maior em comparação a outros nomes, como Mater Dei (MATD3) e Blau Farmacêutica (BLAU3).
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Destaque positivo no 4T22?
Fundada em 2010, a Oncoclínicas é hoje um dos maiores grupos de oncologia, hematologia e radioterapia da América Latina.
Atuando em 12 dos principais estados brasileiros, a companhia conta mais com de 70 unidades voltadas a áreas especializadas de oncologia, radioterapia, hematologia e transplante de medula óssea.
Com o balanço marcado para sair em 28 de março, a Oncoclínicas é levantada por analistas como o provável destaque positivo do setor nessa temporada de resultados.
Para o Santander, enquanto a Oncoclínicas será o nome que mais irá agradar na safra do quarto trimestre de 2022, Fleury (FLRY3) e Dasa (DASA3) devem pesar para o lado negativo.
O banco projeta para a Oncoclínicas uma forte expansão de receita no comparativo anual, a R$ 1,19 bilhão, com expectativa de que os volumes totais de procedimentos atinjam 140 mil, salto de 37%, devido a M&As (fusões e aquisições).
O lucro pode saltar mais de 80% ano a ano, também seguindo a incorporação de diversas aquisições, avalia.
“Em geral, esperamos que o lucro líquido alcance R$ 42 milhões”, afirma o Santander. Em relação ao terceiro trimestre de 2022, o valor representa uma queda de 26%.
Para a XP, a Oncoclínicas deve reportar bons números e se alçar como destaque na temporada. A corretora avalia uma expansão da margem Ebitda tanto no comparativo trimestral quanto em base anual, “à medida que a empresa promove mais eficiências e já começa a capturar sinergias (principalmente de compras) do processo de integração da Unity“.