A ação de banco ‘extremamente atrativa’ com potencial alta de 57%
O Banco do Brasil (BBSA3) deve ter um rendimento de dividendos de 12% no próximo ano – abaixo da Selic -, mas a ação tem uma avaliação “extremamente atraente”, disse o BTG Pactual, justificando a recomendação reiterada de compra.
A ação pode subir cerca de 57%, a R$ 56, segundo Eduardo Rosman e equipe, em relatório desta quarta-feira (7), divulgado após encontro dos analistas com a equipe de RI do Banco do Brasil. “Eles não veem motivo para que os lucros não continuem crescendo em 2023”, destacou o BTG.
O guidance do banco para este ano aponta para um crescimento do lucro líquido trimestral no quarto trimestre, após lucro líquido recorde de R$ 8,4 bilhões no terceiro trimestre. O Banco do Brasil não tem ainda uma projeção para o desempenho de 2023.
“O BB tem tem melhorado a lucratividade (ROE/ROA)”, disse o BTG, que destacou que a ação do banco é negociada a um múltiplo P/E de 3,3x – patamar definido pelos analistas como “muito barato”.
“De fato, como banco estatal, o BB está altamente exposto ao sentimento político, e cada investidor avalia isso de uma forma diferente”, ponderou. No entanto, disse o BTG, o Banco do Brasil é muito mais robusto do que costumava ser.
“O banco aprimorou sua governança corporativa recentemente, com mecanismos semelhantes a uma corporation, mitigando o risco de interferência do governo”.
Carteira de crédito
Apesar da expectativa de desaceleração do PIB no próximo ano, os executivos do Banco do Brasil esperam que a carteira de crédito da instituição cresça na casa de um dígito, segundo o BTG.
A carteira do agro deve continuar apresentando alto crescimento no próximo ano (embora menor do que em 2022), disseram analistas, já que a demanda foi impulsionada pelos altos preços das commodities e insumos agrícolas.
Os empréstimos corporativos, de acordo com o BTG, devem enfrentar compensações mais duras devido aos incentivos de crédito do programa Pronampe.
Na carteira de pessoa física, o Banco do Brasil deve continuar com a estratégia de redirecionar o mix para crédito não consignado – crédito consignado representa cerca de 40% da carteira -, segundo analistas.
O Banco do Brasil fez ajustes necessários em suas políticas de originação “devido ao ciclo de crédito mais desafiador”. “O banco reduziu sua taxa de aprovação de cartão de crédito de cerca 30% para menos de 10% para não correntistas, e cortou seus limites de crédito”.
Receitas do Banco do Brasil
No geral, a administração do Banco do Brasil espera que as receitas continuem crescendo ligeiramente acima da inflação no próximo ano, sustentadas pelo bom desempenho em diversas linhas, como operações de crédito, administração de recursos, seguros e até conta corrente, disse o BTG.
“O BB tem feito grandes esforços para entender melhor o perfil de seus clientes por meio de dados e análises”, destacou. “A equipe também reforçou as perspectivas positivas para as subsidiárias Cielo e BB Seguridade”.
Por outro lado, disseram analistas, as despesas devem crescer acima da inflação pela primeira vez em cerca de seis anos, impulsionadas principalmente pelas despesas com pessoal (que atualmente representam 60% do total de despesas operacionais).
“Além disso, os investimentos em TI para continuar impulsionando a transformação digital devem ser mais fortes no próximo ano”, disse o BTG.