Ações das construtoras engatam queda, após prévias referentes ao 4º trimestre
As ações das construtoras não tiveram uma resposta positiva às prévias operacionais referentes ao quarto trimestre de 2021 divulgadas na segunda-feira (17).
Por volta das 16h desta terça-feira (18), as ações das companhias do setor de construção civil caíam, enquanto o Ibovespa (IBOV) via uma pequena queda 0,17% a 106.195 pontos.
A MRV (MRVE3) — apesar de reportar um novo recorde histórico de vendas no último trimestre do ano passado, atingindo R$ 2,4 bilhões — puxava a fila de quedas, caindo 3,09% e cotada a R$ 10,66.
Em seguida, apareciam os papéis da Even (EVEN3), que caiam 2,10%, cotados a R$ 6,06. Diferente da MRV, a Even reportou resultados negativos, com queda de 37,4% nas vendas, somando R$ 400 milhões no trimestre.
Das companhias que divulgaram as prévias ontem, a única que se mantinha estável era a Melnick Even (MELK3), que, no mesmo horário, segurava sua cotação do dia anterior.
No período, a construtora lançou dois empreendimentos no montante de R$ 257,3 milhões de Valor Geral de Vendas (VGV), acumulando R$ 1,1 bilhão em 2021, ante R$ 686 milhões em 2020.
A Eztec (EZTC3), divulgou a prévia de seus resultados do quarto trimestre na noite de sexta-feira (14), e, desde então, as ações da companhia vem caindo. A EZTC3 fechou o pregão de ontem com queda de 0,59% e, hoje, no mesmo horário das outras análises, a ação caia 3,57%, cotada a R$ 17,84.
Apesar da queda, as vendas da companhia subiram 30,8% no período, atingindo R$ 369 milhões.
Nas perspectivas da Ágora Investimentos, uma das construtoras que mais caia hoje, a MRV, e a Direcional (DIRR3) serão os principais destaques positivos do setor quanto aos resultados relativos ao quarto trimestre de 2021.
No outro extremo, a corretora aposta que a Tenda (TEND3) deve mostrar um desempenho inferior aos seus pares.
Analistas do Santander afirmam que o ano de 2022 será desafiador para as construtoras brasileiras, devido ao menor poder de compra e confiança do consumidor, além da alta concentração de lançamentos na cidade de São Paulo, que cria um risco de superoferta habitacional em alguns bairros.
Outro ponto destacado pelo banco é a alta dos preços e das taxas de financiamento imobiliário, aliados ao endividamento do consumidor em máximas históricas.