Economia

86% dos brasileiros têm mais medo de terem o celular roubado do que a carteira

19 out 2022, 16:11 - atualizado em 19 out 2022, 16:11
Serviços financeiros
Para se relacionar com os serviços financeiros, smartphones são mais práticos (Imagem: FreePik/Wirestock)

Cerca de 86% dos brasileiros têm mais medo de terem os seus celulares roubados, do que a carteira, aponta pesquisa feita pelo Instituto Locomotiva, a lado do Banco24Horas.

Renato Meirelles, CEO do instituto, diz que a grande maioria da população utiliza o smartphone como um ponto de contato com as suas agências bancárias, e que, uma vez que o aparelho seja furtado, a “dor de cabeça” seria muito maior do que se a carteira fosse levada.

“Esse é mais um dos fatores que tende a perpetuar, que o dinheiro vivo é algo que corre em paralelo às transações digitais”.

Entre as classes A e B, aquelas com maiores rendimentos, o número é ainda mais expressivo, chegando a 92%. Para as classes D e E, que possuem rendimentos entre dois e quatro salários mínimos, a marca é de 79%, segundo a pesquisa.

Ainda entre as funcionalidades bancárias pelo celular, Meirelles destaca que, atualmente, golpes via transferências eletrônicas feitas pelo aparelho são mais temidas, do que os saques em caixa eletrônico.

Apesar de o smartphone ser mais prático para consultar e se relacionar com os serviços financeiros, 136 milhões de brasileiros, ou 86%, ainda usam o caixa com o mesmo propósito. A pesquisa mostra também que, existe demanda por maiores pontos de caixas eletrônicos em estabelecimentos diversos.

Dinheiro físico ainda é utilizado

Mesmo com as novas tecnologias, brasileiros não abrem mão de carregar o dinheiro físico. Cerca de 66 milhões de brasileiros, ou 42% de pessoas, ainda sacam dinheiro, como uma das operações que realizam em suas contas bancárias, segundo levantamento.

Nas compras diárias, 26% dos entrevistados disseram que o dinheiro é uma das principais formas de pagamento que utilizam.

O estudo mostra que 22% das pessoas recebem parte dos seus rendimentos em dinheiro. Os perfis que mais se destacam neste recebimento são as classes mais baixas, desbancarizados (que não possuem conta bancária) e entre 35 e 44 anos.

Motivação

O levantamento mostra que a motivação para o uso do dinheiro, em pagamentos cotidianos, podem ser diversos. Entre eles estão: estabelecimentos que só aceitam pagamentos em dinheiro, e descontos que só podem ser obtidos pagando em dinheiro.

11% dos entrevistados apontam se sentir mais seguros ao pagar em dinheiro, 8% dizem ser mais prático e 4% justificam que não precisam pagar taxas.

Em relação à falta de praticidade, o estudo também mostra que 121 milhões de brasileiros já deixaram de realizar alguma compra, saque ou pagamento por conta de instabilidade na conexão de internet. Entre a região Norte, a marca é de 87% e 79% em Nordeste. No Sul, a marca é de 71%.

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