AgroTimes

7ª estimativa da safra 2021/22 indica produção de 269,13 milhões de t, diz Conab

07 abr 2022, 10:24 - atualizado em 07 abr 2022, 11:26
Safra
Em comparação com o primeiro levantamento da Conab para a atual safra de grãos de 2021/22, quando a previsão era de 288,6 milhões de toneladas, o volume representa uma redução de 6,7% (Imagem: REUTERS/Jorge Adorno)

A produção de grãos no Brasil na safra 2021/22 poderá atingir 269,13 milhões de toneladas, o que representa 5,4%, ou 13,8 milhões de toneladas, a mais em comparação com a safra anterior 2020/21 (255,51 milhões de t). Os números fazem parte do sétimo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira.

No entanto, em comparação com o primeiro levantamento da estatal para a atual safra 2021/22, quando a previsão era de 288,6 milhões de toneladas, o volume representa uma redução de 6,7%, ou 19,3 milhões de toneladas.

A queda pode ser atribuída em grande parte às “condições climáticas adversas observadas nos Estados da Região Sul e no centro-sul de Mato Grosso do Sul, com perdas maiores na soja e no milho“.

De acordo com o levantamento, a área plantada total no País está estimada em 72,9 milhões de hectares, ou seja, crescimento de 4,4% ante a safra 2020/21. Os maiores incrementos de área são observados na soja, com 4,1%, ou 1,6 milhão de hectares e, no milho, com 6,5% ou 1,3 milhão de hectares.

Em comunicado, o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, disse que “o resultado até o fim desta safra vai depender muito do comportamento climático, fator preponderante para o desenvolvimento das culturas”. “Entre os meses de março e abril, aproxima-se a conclusão da semeadura da segunda safra brasileira, na qual se destaca a cultura do milho. As chuvas foram mais regulares em toda a região produtora, inclusive no Sul do País, o que permitiu o plantio em boas condições de umidade. O produtor fez sua parte. Agora vamos esperar pelo clima”, acrescentou.

Nos resultados por cultivo, a soja tem produção prevista em 122,43 milhões de toneladas, uma redução de 11,4% em relação à safra anterior (138,15 milhões de t). “As boas precipitações ocorridas em praticamente todo o país ajudaram na recuperação de uma pequena parcela de lavouras semeadas tardiamente na Região Sul e em Mato Grosso do Sul, mas não reverteram o quadro de queda da produtividade, já anunciado em levantamentos anteriores”, comentou na nota o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas da Conab, Sergio De Zen. “O Rio Grande do Sul segue como o Estado mais atingido pelo déficit hídrico, seguidos por Paraná e Mato Grosso do Sul.

Em cenário oposto, a maioria dos outros Estados conseguiu produtividades superiores às obtidas na última safra, com destaque para o Piauí, com rendimento positivo de 12,7%. No entanto, a queda na produção do País foi amenizada principalmente pelo aumento de 4,1% da área semeada, alcançando 40,8 milhões de hectares nesta safra”, destacou.

Para o milho, a produção total estimada é de 115,60 milhões de toneladas, 32,7% superior ao ciclo anterior (87,10 milhões de t). A colheita da 1ª safra do cereal, de verão, está adiantada e pode alcançar 24,89 milhões de t (mais 0,6% ante 2020/21, que foi de 24,73 milhões de t).

A segunda safra, de inverno, ou safrinha, predomina a fase de desenvolvimento a colheita pode atingir 88,54 milhões Det ante 60,74 milhões de t em 2020/21, alta de 45,8%. Já a 3ª safra inicia o plantio a partir da segunda semana de abril, com previsão de colheita de 2,18 milhões de t, aumento de 33,9% ante a anterior (1,63 milhões de t).

Apesar do aumento no volume total de milho, o Conab destaca a forte queda de 20,4% na produtividade da região Sul durante a primeira safra, fato que causou uma redução de até 15,6% da produção naquela região. “Isso é explicado por um severo déficit hídrico causado pela ausência de chuvas no Sul do País ao fim de 2021 e início de 2022″, esclarece a superintendente de Informações da Agropecuária, Candice Santos.

Em contrapartida, ela ressalta que a Conab projeta um aumento de 36,3% da produtividade do milho ao longo da segunda safra, dado que permitirá uma produção de 88,5 milhões de toneladas do cereal no segundo ciclo”.

Em outras culturas, como o algodão, as condições climáticas têm favorecido o desenvolvimento, aliadas ao ganho de área, o que deve resultar numa produção de 2,83 milhões de toneladas da pluma, 19,9% superior à safra passada (2,36 milhões de t).

Para o feijão é previsto um total de 3,1 milhões de toneladas, 7,6% superior à safra anterior (2,89 milhões de t). A primeira safra da leguminosa está com a colheita encerrada (933 mil t ante 976,4 mil t, ou queda de 4,4%); a segunda está em andamento (previsão de 1,37 milhão de t, aumento de 20,3% ante a anterior, que foi de 1,14 milhão de t) e a terceira safra com o plantio ocorrendo a partir de meados de abril (projeção de colheita de 812,2 mil t , ou crescimento de 4,2% ante 2020/21, que foi de 779,6 mil t).

Já no caso do arroz, a produção estimada é de 10,53 milhões de toneladas, 10,5% inferior ao volume da safra passada (11,77 milhões de t), dos quais 9,7 milhões de toneladas de cultivo irrigado e 0,8 milhão de toneladas com o plantio de sequeiro.

Nas culturas de inverno (aveia, canola, centeio, cevada trigo e triticale), a semeadura ainda é incipiente. A produção de trigo deve atingir 7,91 milhões de toneladas para o trigo, aumento de 3% sobre a safra do ano passado (7,68 milhões de t).

Exportação e estoque

Neste levantamento de abril, a Conab manteve a estimativa para 2022 das exportações de algodão em 2,05 milhões de toneladas, de arroz em 1,3 milhão de toneladas e de feijão em 200 mil toneladas.

Para o trigo, considerando que a previsão de volume exportado entre agosto de 2021 e março de 2022 já supera 2,8 milhões de toneladas, é esperado um aumento no período correspondente ao ano comercial que vai até julho. Diante disso, a estimativa é que sejam exportadas 3 milhões de toneladas. Confirmado esse número, será o recorde da série histórica para o trigo.

Em compensação, para a soja houve redução no volume estimado de exportações, passando de 80,16 milhões de toneladas para 77 milhões de toneladas, motivada por um maior direcionamento para a produção e exportação de óleo, em detrimento do grão.

Já em relação ao milho, a venda externa deve passar de 35 milhões de toneladas para 37 milhões de toneladas neste levantamento. “Acreditamos que o aumento da produção brasileira, alinhada à demanda internacional aquecida, deverá promover essa elevação de 77,8% das exportações do grão na safra 2022, compreendida entre fevereiro de 2022 e janeiro de 2023”, avalia o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira.

Em relação aos estoques finais esperados para as principais commodities brasileiras, o superintendente confirma que, no caso do milho, as alterações não foram significativas, sendo o estoque de passagem para a safra 2021/22 previsto em 10,84 milhões de toneladas, aumento de 5,16% em relação ao último levantamento e de 40,61% em relação à safra 2020/21, em consequência da perspectiva de recuperação da segunda safra.

Para a soja em grãos, é esperado que o estoque ao final deste ano seja de 2,5 milhões de toneladas, praticamente em estabilidade em relação ao último levantamento, dado que o maior esmagamento, que saiu de 42,93 milhões de toneladas no mês de março para 46,5 milhões de toneladas nesse levantamento, foi compensado pela redução nas exportações de grãos previstas.

Compartilhar

TwitterWhatsAppLinkedinFacebookTelegram
Giro da Semana

Receba as principais notícias e recomendações de investimento diretamente no seu e-mail. Tudo 100% gratuito. Inscreva-se no botão abaixo:

*Ao clicar no botão você autoriza o Money Times a utilizar os dados fornecidos para encaminhar conteúdos informativos e publicitários.

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies.

Fechar