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Os 5 principais eventos da economia internacional desta semana

03 fev 2019, 19:24 - atualizado em 03 fev 2019, 19:26

Investing.com – A retórica política pode pairar sobre o mercado na próxima semana, com os investidores aguardando o discurso anual do Presidente Donald Trump de Estado da União ao Congresso na terça-feira.

O discurso acontece quando Trump começa os dois últimos anos de seu primeiro mandato enfrentando grandes desafios, incluindo uma longa investigação sobre se sua campanha presidencial em 2016 estava em conluio com a Rússia, bem como sobre as investigações sobre sua presidência pelos Democratas na Câmara.

Esta semana também é recheada com algumas aparições de autoridades do Federal Reserve, a mais importante será a do presidente Jerome Powell na quarta-feira, enquanto os investidores buscam mais pistas sobre as perspectivas para a política monetária nos próximos meses.

O Fed, na semana passada, sinalizou que o seu esforço de três anos para apertar a política monetária está próximo do fim devido ao aumento dos ventos contrários para a economia.

Com relação a dados, os investidores do mercado ficarão de olho na pesquisa do Institute for Supply Management (ISM) sobre a atividade do setor de serviços para avaliar a força da economia.

Enquanto isso, em relatórios financeiros, cerca de 90 empresas devem apresentar seus resultados nesta semana, no que será uma das últimas grandes ondas da temporada de resultados do quarto trimestre.

Enquanto isso, o Banco da Inglaterra realizará uma reunião de política, embora nenhuma mudança seja esperada em meio à crescente incerteza sobre a perspectiva de a Grã-Bretanha sair da União Europeia em 29 de março, sem nenhum acordo em vigor.

Os investidores também estarão atentos a quaisquer desenvolvimentos importantes na frente comercial EUA-China, com os dois lados correndo para chegar a um acordo antes do prazo de 2 de março.

Antes da próxima semana, o Investing.com compilou uma lista dos cinco maiores eventos do calendário econômico com maior probabilidade de afetar os mercados.

O presidente Donald Trump fará seu discurso anual sobre o Estado da União ao Congresso às 21h00, horário local (23h00 no horário de Brasília) na terça-feira.

Trump sinalizou na sexta-feira que o discurso incluirá comentários extensos sobre seu impasse com os democratas sobre a construção de um muro ao longo da fronteira EUA-México, o assunto de uma intensa batalha partidária que levou a uma paralisação parcial do governo que terminou há uma semana.

Além do muro, um alto funcionário da Casa Branca disse que Trump vai delinear o que ele vê como áreas nas quais republicanos e democratas podem chegar a um acordo. Isso inclui um plano para financiar melhorias de infraestrutura em todo o país, reduzir o custo dos medicamentos prescritos e trabalhar para resolver as diferenças de longa data sobre o setor de saúde.

Um trecho do discurso divulgado pela Casa Branca na sexta-feira deixou claro que Trump teria um tom apaziguador em pelo menos parte de seu discurso.

“Juntos podemos quebrar décadas de impasse político, podemos superar antigas divisões, curar antigas feridas, construir novas coalizões, forjar novas soluções e desbloquear a promessa extraordinária do futuro da América. A decisão é nossa”, dirá Trump.

Não está claro se os dois lados estão preparados para trabalhar juntos de maneira significativa, com tensões ainda altas durante a luta durante a paralisação e outro prazo se aproximando em 15 de fevereiro.

Alguns discursos de membros do Fed chamarão a atenção do mercado nesta semana, já que investidores buscam mais indicações sobre as taxas de juros.

No topo da agenda estão as declarações do presidente do Fed, Jerome Powell, que falará na quarta-feira em uma reunião da prefeitura para professores, em Washington DC, às 21h00, (horário de Brasília).

Discursos do vice-presidente do Fed Richard Clarida, da presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, do presidente do Fed de St. Louis, James Bullard e do governador Randal Quarles também estarão em foco.

Na semana passada, o banco central deixou as taxas de juros inalteradas no final de sua reunião de política na quarta-feira e prometeu ser paciente com novos aumentos nas taxas de juros. O Fed também afirmou que poderia alterar o ritmo de sua redução do balanço “à luz da evolução econômica e financeira”.

O anúncio do Fed deixou as expectativas de mercado para um aumento da taxa de juros este ano por um fio, e aumentou as chances de um corte em 2020, de acordo com o Monitor da Taxa do Federal Reserve do Investing.com.

Uma pesquisa do ISM sobre a atividade do setor de serviços para janeiro, prevista para as 13h00 na terça-feira, deve mostrar uma diminuição para 57,0 da leitura do mês anterior de 57,6.

Além dos dados do ISM, o calendário econômico bastante leve desta semana também apresenta dados sobre encomendas à indústria, números de comércio e pedidos semanais de seguro desemprego.

Dados divulgados na sexta-feira mostraram que o criação de vagas acelerou em janeiro, com os empregadores contratando o maior número de trabalhadores em 11 meses. Com os principais dados do Departamento de Comércio, incluindo o relatório do produto interno bruto do quarto trimestre, ainda atrasados por causa da paralisação do governo, o relatório de emprego é a evidência mais clara de que a economia continua em terreno sólido.

Há cerca de 90 empresas constituintes do S&P 500 informando resultados nesta semana em Wall Street, já que a temporada de resultados continua.

Quase metade das empresas do S&P 500 divulgaram seus resultados para o quarto trimestre até a manhã de sexta-feira, com 71% superando as estimativas de lucros, enquanto 62% superaram as estimativas de receita.

Alphabet (NASDAQ:GOOGL), Clorox (NYSE:CLX), Sysco (NYSE:SYY), Gilead Sciences (NASDAQ:GILD) e Seagate Technology (NASDAQ:STX) estão na agenda para segunda-feira.

Resultados de Walt Disney (NYSE:DIS), Snap (NYSE:SNAP), Viacom (NASDAQ:VIAB), Electronic Arts (NASDAQ:EA), BP (NYSE:BP), Archer-Daniels-Midland (NYSE:ADM), Ralph Lauren (NYSE:RL), Estee Lauder (NYSE:EL) eTableau Software (NYSE:DATA) irão chamar a atenção do mercado na terça-feira.

General Motors (NYSE:GM), Eli Lilly (NYSE:LLY), Spotify (NYSE:SPOT), Chipotle Mexican Grill (NYSE:CMG), Take-Two Interactive (NASDAQ:TTWO), Regeneron (NASDAQ:REGN), Humana (NYSE:HUM), Boston Scientific (NYSE:BSX), Cummins (NYSE:CMI), Trivago (NASDAQ:TRVG), GoPro (NASDAQ:GPRO), iRobot (NASDAQ:IRBT), Match Group (NASDAQ:MTCH), Zynga (NASDAQ:ZNGA), FireEye (NASDAQ:FEYE) e Sonos (NASDAQ:SONO) vão divulgar resultados na quarta-feira.

Quinta-feira terá Twitter (NYSE:TWTR), Grubhub (NYSE:GRUB), Expedia(NASDAQ:EXPE), Yum! Brands (NYSE:YUM), Dunkin Brands (NASDAQ:DNKN), Philip Morris (NYSE:PM), News Corp (NASDAQ:NWSA), Kellogg (NYSE:K), Mattel (NASDAQ:MAT), Skechers (NYSE:SKX),Tyson Foods (NYSE:TSN), Tapestry (NYSE:TPR) e World Wrestling Entertainment (NYSE:WWE) divulgando seus ganhos.

Finalmente, Arconic (NYSE:ARNC), Cleveland-Cliffs (NYSE:CLF), Phillips 66 (NYSE:PSX) e Hasbro (NASDAQ:HAS) estão entre os poucos relatórios da sexta-feira.

O governador Mark Carney e seus colegas que determinam as taxas de juros devem manter os custos dos empréstimos em 0,75% quando o Bank of Englandfaz seu pronunciamento de política às 9h00 (horário de Brasília) na quinta-feira.

Os economistas esperam um resultado de 9 a 0 pelo MPC em favor de deixar as taxas estáveis.

As novas previsões de inflação do BoE serão observadas como um sinal de que o banco acredita que os investidores estão sendo muito relaxados, apostando em um aumento de taxa até o final de 2019.

Os mercados monetários reduziram a probabilidade de um aumento da taxa de dezembro do BoE para cerca de 55%, contra 62% uma semana atrás.

Além do BoE, as manchetes políticas também estarão em foco, à medida que os investidores observam os acontecimentos em torno das negociações em andamento sobre o Brexit.

Com cerca de 50 dias até a Grã-Bretanha deixar a UE, o governo ainda não chegou a um acordo de divórcio com Bruxelas, já que o partido conservador da primeira-ministra Theresa May permanece dividido em quão perto o país deve permanecer do bloco.

– Reuters contribuiu com esta reportagem

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