65% dos micro e pequeno empresários não querem contratar crédito nos próximos meses
Seis em cada dez micro e pequeno empresários que atuam no comércio e na área de serviços afirmaram que não planejam contratar crédito nos próximos três meses, de acordo com a CNDL/SPC Brasil. Os indecisos aumentaram para 24%, enquanto 11% deles declararam ter intenção de utilizar o crédito para seus negócios.
Dos 65% que não pretendem usar crédito, 42% dizem não ver necessidade e 40% acreditam ser possível manter a empresa com recursos próprios. 20% ainda alegam que as taxas de juros estão muito altas, enquanto 11% temem não ter dinheiro para pagar as prestações no futuro.
“A revisão das expectativas sobre o futuro da economia mantém o apetite ao crédito modesto. Mesmo com uma sutil melhora das condições econômicas do país, a demanda por crédito está distante do um nível ideal para induzir o crescimento”, avalia o presidente da CNDL, José Cesar da Costa.
Contratação de empréstimos
Para mais de um terço dos empresários de pequeno porte, é difícil contratar empréstimos e financiamentos. Já 16% avaliam que o processo é simples. 61% creditam essa dificuldade ao excesso de burocracia e exigências, enquanto 47% dizem ser as altas taxas de juros. Para os entrevistados, o crédito do BNDES é o mais complicado de conseguir, seguido pelos empréstimos realizados por instituições financeiras.
Já entre os que consideram a contratação simples, 45% justificam a opinião por ter um bom relacionamento com o banco, 45% por estar com as contas pagas, 30% por estarem com a documentação regularizada e 17% pelo tempo de existência da empresa. A média de empréstimos a serem contratados é de R$ 44.339,62.
Investimentos
O Indicador de Demanda por Investimento do CNDL melhorou em comparação com o mês anterior, subindo para 48,3 pontos, mesmo com a maioria não pensando em investir. O índice varia de zero a 100, sendo que, quanto mais próximo a 100, maior é a demanda do empresário ao investimento.
O percentual de pessoas que querem investir e dos que não querem ficou igual no mês, com 37%, enquanto os indecisos somaram 25%.
Dos empresários que não pretendem investir, 45% dizem não ter necessidade, 31% acreditam que o país ainda não saiu da crise e 24% já investiram e ainda aguardam o retorno.
“A lenta recuperação da crise leva muitas empresas a operarem com capacidade ociosa e, em alguns casos, até a redução do quadro de funcionários. Em meio a esse ambiente, os investimentos são adiados”, explica o presidente do SPC Brasil, Pellizzaro Junior.