Coluna do Market Makers

6 motivos para ficar otimista com ações

23 maio 2023, 12:42 - atualizado em 23 maio 2023, 13:28
Ibovespa
“A infinidade de ruídos produzidos nestes 6 meses de governo Lula assusta até o mais otimista dos brasileiros”, diz Thiago Salomão (Imagem: Patricia Monteiro/Bloomberg)

Às vezes, é preciso ver de longe para enxergar melhor.

Estou de volta após duas semanas de férias. Seria legal dizer que nesse período me desliguei completamente do trabalho e não acompanhei nada do mercado, mas estaria mentindo. Longe de me orgulhar, mas esse monitoramento distante me fez muito bem.

Acompanhar a dinâmica dos mercados em outro fuso horário e num ritmo mais leve me trouxe uma nova percepção do cenário atual. Estar longe te faz acompanhar com menos profundidade alguns eventos, mas ao mesmo tempo te afasta dos ruídos que costumam nos contaminar convivendo na Faria Lima.

A infinidade de ruídos produzidos nestes 6 meses de governo Lula assusta até o mais otimista dos brasileiros: Volta do “poder” ao BNDES, discussão política sobre o rumo da taxa de juros, reestatização da Eletrobras, fim da paridade internacional de preços da Petrobras, mudança do marco do saneamento, autonomia do Banco Central…

Enquanto puxo o ar depois de citar tantos eventos, vejo que nosso Ibovespa sobe 6% só em maio e virou para o positivo no ano, o dólar opera abaixo de R$ 5,00 há um bom tempo e os juros futuros operam abaixo de 12% nos vencimentos intermediários e longos da curva.

Longe de achar que o mercado brasileiro não quer enxergar a realidade. E longe também de achar que devemos ignorar esses ruídos. Mas parece haver fatores com um maior poder de “fazer preço” do que os ruídos citados acima.

Para não deixar a leitura desta CompoundLetter tão longa, vou citar somente 6 destes fatores:

1. Poucos meses atrás, discutíamos num dos episódios do Market Makers se o juro americano subiria para além de 6%. Mas uma quebradeira de bancos regionais no meio de caminho fez com que a taxa por lá parasse no intervalo atual de 5% a 5,25% ao ano, com o próprio presidente do Fed falando cada vez mais sobre uma política monetária “menos apertada” por conta do enxugamento de crédito no sistema.

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