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50% dos músicos brasileiros perderam toda a sua renda em 2021

13 jan 2022, 11:41 - atualizado em 13 jan 2022, 11:51
Guitarra, música, artes
De acordo com pesquisa, 89% dos músicos tiveram perdas decorrentes da pandemia em 2021. (Imagem: Pixabay/ Free Photos).

A União Brasileira de Compositores (UBC), o cRio e o think tank da ESPM realizaram, pelo segundo ano consecutivo, a pesquisa Músicos/as & Pandemia. O levantamento traz um diagnóstico atualizado de como a pandemia do coronavírus afetou o mercado musical no Brasil. O cenário do último ano, igual em 2020, aponta para uma crise continuada.

A pesquisa ouviu 611 músicos e 37 empresas ligadas ao setor. Entre os artistas, 89% afirmaram que passaram a ganhar menos dinheiro durante a pandemia. O dado representa um aumento em relação a 2020 quando 86% alegaram terem sofrido perdas. A apuração tem margem de erro de cinco pontos e ouviu representantes de todos os estados brasileiros.

O estudo revela que 50% dos trabalhadores do setor, um dos mais importantes da economia criativa, perderam toda a sua renda em 2021, enquanto 25% dos entrevistados perderam até 50% e os 25% restantes tiveram queda de até 80% dos rendimentos.

A crise, intensificada pela pandemia do coronavírus, atingiu os mais diversos elos da cadeia produtiva do setor. Das empresas ouvidas pela pesquisa, 33% tiveram que diminuir os salários dos colaboradores desde que se iniciou o isolamento social e apenas 40% não precisou demitir funcionários neste período.

Contudo, mesmo com números desanimadores sobre o impacto da crise na renda da categoria, a esperança também se mantém em alta com mais da metade dos ouvidos planejando dar continuidade no trabalho apenas com música, mas diversificando suas atuações neste mercado.

Para Marcelo Castello Branco, diretor-executivo da UBC, a importância dos levantamento dos dados e como eles podem nortear a atuação de toda a indústria é evidente, pois, segundo ele, o mercado da música está mais orientado por dados, pesquisas e estudos de comportamento e tendência que são vistos hoje como vitais ferramentas de trabalho e essenciais para a inteligência de negócios.

Spotify
O Spotify, que poderia servir como uma renda alternativa aos shows, paga menos de meio centavo de dólar por reprodução aos artistas (Imagem: Pixabay/deepanker)

Para o futuro, as perspectivas dos artistas são positivas: 39% deles acreditam que os eventos terão grande adesão de público devido à demanda reprimida do confinamento, 34% acreditam que shows e eventos terão adesão controlada, seguindo os protocolos das agências sanitárias e somente 11% afirmam que apresentações ao vivo terão baixa adesão de público devido ao medo de novas variantes.

Porém, ao buscarem fontes alternativas de renda por meio, por exemplo, de plataformas de streaming como o Spotify, que tem cerca de 381 milhões de usuários ativos em todo o mundo, a remuneração repassada aos artistas, de US$ 0,00348 (menos de meio centavo de dólar) pago por play, torna insustentável essa opção para complementar a renda perdida. 

Assim, a pandemia forçou os artistas, antes dedicados exclusivamente à música, a buscarem outras fontes de renda. Dessa forma, 46% seguem com renda totalmente proveniente da música, 18% começaram a procurar outras atividades por causa da pandemia e 35% já tinham outros trabalhos anteriormente.

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