5 lições que aprendemos com a grande queda do mercado cripto desta semana
Que semana!
Elon Musk comentou sobre o impacto ambiental do bitcoin e a China quer proibir o processo de mineração e negociações com cripto no país.
Esses foram dois fatores que ajudaram o mercado de criptomoedas despencar abaixo dos US$ 40 mil.
Após seis meses de grande crescimento no mercado, a correção de preço chegou um pouco atrasada. Mas o que podemos aprender com toda essa queda?
1) Cripto ainda estará suscetível a quedas
Desde sua criação, o bitcoin e o amplo mercado cripto sempre passou por grandes altas de preço seguidas por drásticas quedas.
Aconteceu em 2013, quando o bitcoin custava US$ 1 mil; em 2018, quando a febre das ofertas iniciais de moeda (ICOs, na sigla em inglês) passou, fazendo a criptomoeda cair de US$ 20 mil para US$ 3 mil; e aconteceu novamente esta semana.
Porém, é importante notar que cada queda é bem menos severa que a outra. Uma queda de 40% ainda é ruim, mas não tão ruim quanto uma queda de 80% ou de 90% em outros ciclos de mercado.
A volatilidade faz parte do mercado, então é melhor se acostumar a ela.
2) A grande mídia ainda é hostil em relação a cripto
A imprensa, como um todo, ignorou o bitcoin por anos e, quando escreviam sobre a criptomoeda era para ridicularizá-la, relembra o Decrypt.
Até recentemente, parecia que essa tendência tinha passado, mas diversos jornalistas ressurgiram com suas duras críticas.
Paul Krugman, colunistas do New York Times, afirmou que o bitcoin não possui valor. Greg Ip, escritor de finanças do Wall Street Journal, afirmou que a “traição” de Musk pode finalmente “expor o golpe que são as criptomoedas”.
Enquanto isso, a Reuters e outros grandes jornais culparam a (já antiga) proibição da China pela queda, espalhando o pânico em um mercado já abalado.
3) O bitcoin tem um problema reputacional
O pagamento em cripto da Colonial Pipeline a hackers também pôs ainda mais lenha à fogueira, fazendo com que cripto pareça algo sempre utilizado por criminosos. A massa de críticos que afirmam que o bitcoin é uma ameaça ao meio ambiente também cresceu.
Ambas as acusações são exageradas, mas demonstram que, mesmo após doze anos, cripto ainda possui uma mancha em sua reputação.
Parte dessa aversão se dá pela ignorância e por atitudes enraizadas, mas também pela retórica da própria comunidade cripto. Em vez de tentarem ensinar, muitos investidores cripto entram em fervorosas discussões quando alguém critica seu projeto preferido.
Enquanto isso, muitos influenciadores desse setor preferem utilizar fotos com raios laser nos olhos e promover várias coisas em vez de ajudarem a indústria a amadurecer. O setor cripto precisa de embaixadores.
4) Coinbase decepcionou a todos
Em meio à queda do mercado, a corretora Coinbase (COIN) sofreu diversas paralisações, deixando seus clientes furiosos.
Como isso ainda pode acontecer? Não há mais desculpas para haver falhas técnicas, dado que altos volumes fazem parte da indústria, pois a Coinbase e outras plataformas tiveram muito tempo para se prepararem.
A conclusão é que a Coinbase deliberadamente escolheu tolerar as falhas em vez de gastar com infraestrutura e servidores extras para evitar essas situações.
5) Os aspectos fundamentais do bitcoin ainda estão sólidos
Agora, vamos pensar positivo. Mesmo que os preços tenham despencado e a imprensa esteja escurraçando o bitcoin, existe muito espaço para otimismo.
Diferente da explosão das ICOs em 2017, que viu empresas arrecadarem centenas de milhares de dólares e não cumpriram com suas promessas, este ano tem sido marcado por diversos avanços de projetos, como Dfinity e Uniswap.
Criptomoedas não são mais uma aposta abstrata no futuro, e sim uma crescente realidade que está ao nosso redor. A tecnologia existe e está mais atrativa do que nunca, então os horrores desta semana são apenas algo temporário.
Jeff John Roberts, editor-chefe do Decrypt, explica por que devemos estar otimistas:
Noite passada, eu me peguei assistindo a gravações de quando o ex-professor do MIT Gary Gensler ensinava sobre cripto a uma sala cheia de alunos.
“Quantos de vocês”, perguntou ele, “possuem bitcoin?”. Todos responderam “sim”. Isso foi em 2018.
Hoje, esses alunos de uma das universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos estão entrando para o grande mundo financeiro enquanto Gensler, seu professor, agora é presidente da Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio (SEC).
Depois de uma semana como essa, não vamos esquecer do quão longe nós já chegamos.