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5 clubes brasileiros de futebol poderiam estar na Bolsa; veja quais

20 fev 2021, 16:00 - atualizado em 20 fev 2021, 16:34
Futebol Esportes
O esporte como um todo está cada vez mais se transformando em um negócio. Enquanto a mudança gera antipatia para uma parte também gera esperança para outra (Imagem: Unsplash/@nidiapiza)

Negociar ações de clubes, times e franquias ligadas ao esporte é uma prática muito comum em vários países da Europa e também nos EUA.

Para muitos brasileiros, a bolsa de valores restringe-se a compra e venda de ações de empresas dos setores mais tradicionais da economia.

Ao assistir a uma partida da UEFA Champions League entre Manchester United e Juventus o amante do esporte pode não saber, mas as ações dos dois times podem ser negociadas na bolsa.

Se desejar, você pode comprar ações do Manchester na New York Stock Exchange (NYSE) e da Juventus na Borsa Italiana.

O esporte como um todo está cada vez mais se transformando em um negócio. Enquanto a mudança gera antipatia para uma parte também gera esperança para outra.

Grandes executivos, gestores e grupos de investimentos têm administrado grandes clubes de futebol, basquete, rúgbi entre outros. Esse tipo de gestão vem modernizando os clubes e os tornando cada vez mais eficientes.

O objetivo desse artigo é mostrar ao leitor como a bolsa pode alavancar o mais variado tipo de empresa. Para isso, vamos discutir como o esporte e mais especificamente o futebol se beneficia ao fazer uma oferta pública inicial (IPO em inglês).

Desafio: gerar lucros ou conquistar títulos?

Além das metas tradicionais de uma empresa, que é maximizar o lucro e expandir sua participação no mercado, os clubes almejam conquistas, títulos e glórias.

E esse é o grande desafio de quem administra um clube, conciliar lucro e títulos. Para ter um bom rendimento dentro de campo e conquistar campeonatos os clubes precisam investir em infraestrutura como centros de treinamento (CTs), jogadores e profissionais que os auxiliam.

Nas Ciências Econômicas a expressão fio da navalha é muito utilizada ao se falar de investimentos. Encontrar o ponto ótimo entre investir e seu retorno é o grande desafio ao se tomar uma decisão, em outras palavras, é como equilibrar algo em um fio de navalha.

Por exemplo, uma pequena padaria decide investir em marketing para aumentar as vendas de seus bolos. Ela pode investir desde R$ 1,00 ou tomar uma quantia absurda de dinheiro emprestado e investir R$ 1.000.000,00.

O valor certo a ser investido deve levar em conta o quanto ela espera vender, e assim aumentar seus lucros. Se essa padaria investir quantias grandes pode ser que ela obtenha prejuízo e se investir pouco pode não vender nada e ainda ficar com o prejuízo do investimento.

Desdobramentos

No caso de outros setores a decisão de investimento pode ainda ser mais difícil. Voltando ao futebol, imagine que um time invista alto e contrate todos os melhores jogadores do mundo.

Existe uma grande chance de esse time atingir seus objetivos, porém, muito dificilmente ele conseguiria ter lucro devido ao alto investimento. Ou ainda, pode não conquistar nada e ainda ter que arcar com prejuízos maiores, ou seja, é muito difícil conciliar ambas as coisas.

As ações da Roma (clube italiano da capital), por exemplo, subiram 23,71% um dia após o time eliminar o gigante Barcelona na pelas quartas de final UEFA (Imagem: Unsplash/@nathanjayrog)

Outra questão é que a expansão da marca de um time de futebol está muito ligada a conquistas esportivas. Desse modo se o time deseja crescer e conquistar mais torcedores não pode deixar de investir.

Ao entrar no mercado acionário, as empresas, nesse caso os clubes, buscam novas fontes de captação de recursos. Para isso é necessário uma gestão transparente, meritocracia e profissional.

A entrada de recurso permite ao clube uma nova rodada de investimento, tanto em ativos físicos quanto em gasto com pessoal.

Vários times europeus já possuem ações na bolsa

Atualmente, 22 times de países como França, Alemanha, Itália, Portugal, Turquia e Reino Unido têm ações em bolsa, de acordo com a KPMG Football Benchmark.

Em um estudo publicado em 2017, a KPMG analisou o desempenho dos papéis de 16 desses clubes no último ano e concluiu que não há uma forte correlação entre o rendimento em campo e no mercado de valores.

Se por um lado, times como a Juventus viram suas ações subirem em 2016 após a conquista de um título.

Por outro, o português Benfica que também conquistou um título nacional e aumentou suas receitas operacionais em 24% no período, viu seus papeis se depreciarem em 6%.

Além do balanço financeiro, os clubes de futebol, diferente das empresas tradicionais, também podem ser impactados por outros tipos de fatores, como resultado final de um campeonato, ou ainda, o placar final de apenas um jogo.

As ações da Roma (clube italiano da capital), por exemplo, subiram 23,71% um dia após o time eliminar o gigante Barcelona na pelas quartas de final UEFA Champions League.

Na lista dos clubes com melhor desempenho em bolsa, os campeões são os turcos.

“Os preços das ações, ainda que mais voláteis que as dos times europeus, foram afetados de forma positiva por eventos não esportivos, como novos acordos com patrocinadores, o desenvolvimento de infraestrutura e reformas no funcionamento da própria liga”, diz o informe.

Para poder ser negociado na bolsa o time deve ser transparente, algo que não agrada muitos dirigentes (Imagem: Facebook/Time Flamengo)

E no Brasil? Já existe times na bolsa?

No Brasil ainda não temos nenhum time de futebol e de nenhum outro esporte listado na bolsa.

Segundo César Grafietti, superintendente de crédito do Itáu BBA e responsável pela confecção do relatório que analisa os balanços financeiros de times de futebol existem 5 times no Brasil que poderiam entrar na bolsa, são eles: Palmeiras, Flamengo, Chapecoense, Atlético Paranaense e Bahia.

Segundo Grafietti os 2 primeiros melhoraram a qualidade da gestão e tem grande poder de arrecadação devido a sua grande torcida.

Os outros 3 conhecem muito bem seus limites frente aos grandes times e têm orçamento responsável e equilibrado, além de destaque regional.

Temos que ressaltar que existem ainda algumas barreiras para os times brasileiros. Para poder ser negociado na bolsa o time deve ser transparente, algo que não agrada muitos dirigentes.

Além disso, os clubes deveriam mudar sua razão social e passar a serem empresas.

Para fechar o assunto

Futebol é só um exemplo dentro de um universo de possibilidades para empresas entrarem na bolsa, se agora não te parece mais estranho poder comprar ações de clubes, imagine outros tipos de empresas que podem seguir o mesmo exemplo.

Hoje em dia, é notório que todas as empresas estão melhorando a qualidade de sua gestão e governança. Profissionais qualificados estão sendo cada vez mais requisitados para cuidar e liderar os mais diversos empreendimentos.

Então, qual será o próximo setor a entrar na bolsa? Quais tipos de empresas poderemos nos deparar ao negociar ações?

Apenas com o tempo vamos poder observar as mudanças no mercado

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