4T21: Magazine Luiza (MGLU3), CVC (CVCB3), Gol (GOLL4)… Veja o resumo dos resultados da semana
Na continuação dos resultados das empresas, nesta semana alguns dos mais importantes foram negativos ou decepcionaram o mercado.
Foi o caso do Magazine Luiza (MGLU3), que teve prejuízo líquido ajustado de R$ 79 milhões no quarto trimestre de 2021, segundo o relatório divulgado pela companhia na segunda-feira (14).
O resultado representa uma reversão ao lucro de R$ 232,1 milhões, reportado no mesmo período de 2020.
Para Bruno Guimarães, especialista em renda variável da Vitreo, alguns fatores têm impacto significativo nos números.
“O índice do consumidor está baixo, a taxa de desemprego aumentou, o papel-moeda em poder público vale menos devido à alta da inflação e da Selic, e a empresa, diferenciando um pouco de Via (VIIA3), trabalha com aquisições e investimento em outras empresas de tecnologia também, ou seja, ela está sempre gastando caixa para no futuro colher esses frutos”, explica.
Ele afirma que o Magazine Luiza é uma boa empresa, e a ação da companhia teve uma alta de mais de 1000% desde que abriu capital em bolsa, tendo um crescimento explosivo nos anos de 2016 e 2017. No entanto, os papéis podem sofrer com certa volatilidade negativa no curto prazo.
A CVC (CVCB3) também registrou prejuízo, que chegou a R$ 486,6 milhões em 2021, queda de 60,3% na comparação com o ano anterior. Somente no quarto trimestre de 2021, foram R$ 145 milhões negativos, ante lucro de R$ 392 milhões no mesmo período de 2020.
Para Bruno a situação da empresa ainda é complicada. Por isso, para quem é mais arrojado, é possível investir em torno de 0,3% do portfólio em CVC, mas não mais que isso. Para quem é mais conservador, ele não recomenda a compra dos papéis.
Além disso, existem duas situações que influenciam a companhia: uma questão microeconômica de melhora na venda dos pacotes e a macroeconômica, que passa por grandes desafios em função da guerra na Ucrânia e a volatilidade do dólar.
Nesta mesma situação está a Gol (GOLL4). A companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 2,8 bilhões no quarto trimestre de 2021 frente aos R$ 2,5 bilhões no mesmo período do ano passado. A companhia também elevou seu prejuízo em 2021 para R$ 7,2 bilhões, após perdas de R$ 5,9 bilhões em 2020.
O setor aéreo já é muito difícil, segundo o especialista, e o custo de manutenção diminui muito a margem das empresas. “Para aéreas no Brasil, o investidor é um pouquinho desconfiado pelo passado recente, com a quebra de Varig. E pode existir também um estresse do consumidor, que está querendo viajar e não consegue devido à baixa da demanda, o que pode causar um impacto no preço do ativo”.
“Se eu fosse tentar adivinhar um movimento de curto prazo, acredito que a tendência de queda continue no papel”, completa Guimarães.