Juros mais altos não inibirão tomada de crédito pelos produtores rurais, diz economista da Farsul
O dólar recua se assim deixar a instabilidade política brasileira e as exportações remuneram menos. Nessa regra convencional depois de altas da taxa Selic, entra obviamente o encarecimento do crédito para os produtores.
Mas nem por isso deverá diminuir a demanda por recursos bancários, a partir da nova alta dos juros básicos decidida na quarta pelo Comitê de Política Monetária (Copom), em 1 ponto percentual, na visão do economista Antônio da Luz.
Para o chefe de análises econômicas da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), os 5,25% que passa valer até setembro (próxima reunião do Banco Central) não diminuirão o apetite.
Entre o desejo de pagar mais para carregar dinheiro a juros livres, mais caros, vai prevalecer a necessidade dos produtores rurais, diz da Luz, que é um dos economistas ouvidos nas previsões semanais do Boletim Focus.
“Quem não investiu em caixa, no ano passado, vai para o mercado até porque os custos de produção aumentaram”, observa.
Ele arrisca, até, em dizer que os bancos ganharão mais que em 2020, já que deverão emprestar mais, mesmo com o acréscimo nas parcelas dos tomadores.
O perfil da agropecuária, que se reflete nos ganhos em produtividade por tecnologia, além de expansão de área, exigiu dos produtores investimentos que não foram para o caixa dos fazendeiros.
E não tem Plano Safra, de juros controlados, que dê conta para 21/22.