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4 mudanças que veremos nas viagens de avião, após a Covid-19, segundo Gol, Azul e Latam

21 maio 2020, 15:11 - atualizado em 21 maio 2020, 15:11
Aeroporto
Novo adereço: máscaras continuarão nos aviões por muito tempo (Imagem: REUTERS/Rahel Patrasso)

Já se tornou lugar comum dizer que nada será como antes, após a pandemia de coronavírus. Embora a frase envolva muita especulação de futurólogos mais ou menos sérios, alguns aspectos, de fato, vão mudar. As viagens de avião são um exemplo.

Para entender como será o setor aéreo no mundo pós-Covid-19, o BTG Pactual (BPAC11) realizou uma videoconferência com importantes nomes do setor: Juliano Norman, diretor da Anac; Jerome Cadier, CEO da Latam Brasil; John Rodgerson (CEO da AzulAZUL4); e Paulo Kakinoff (CEO da GolGOLL4).

Segundo Lucas Marquiori, analista do BTG Pactual que reportou a conversa em relatório enviado aos clientes nesta quinta-feira (21), há quatro áreas em que se podem esperar mudanças no setor aéreo.

1. Melhor estrutura regulatória

Os participantes concordaram que o governo agiu rapidamente para reduzir o impacto da pandemia no setor aéreo. Entre as medidas adotadas, estão a suspensão das tarifas aeroportuárias, a facilitação para remarcar voos, a prorrogação de tarifas de navegação aérea e a criação rápida de uma rede de apoio.

Mas, no mundo pós-Covid19, as companhias aéreas esperam a melhoria de alguns pontos da regulamentação do setor, como a simplificação das regras, a redução de impostos e mais estímulos para que a população viaje de avião.

2. Medidas sanitárias mais rigorosas

A prioridade, pós-coronavírus, será provar que as viagens aéreas são seguras, do ponto de vista sanitário. Para tanto, as companhias deverão tornar obrigatório o uso de máscaras, ampliar o espaço entre os assentos, incluir a medição de temperatura dos passageiros entre os procedimentos de embarque, e acelerar a digitalização dos processos de check-in.

Os participantes da videoconferência afirmam que ainda é cedo para saber quais medidas serão temporárias, e quais passarão definitivamente ao padrão do setor.

3. Expansão e renovação mais cautelosa da frota

A rapidez com que as companhias aéreas ajustaram sua capacidade ao tombo da demanda foi fundamental para que conseguissem reduzir custos em meio ao pior momento da crise. Mas, a volta à normalidade será lenta. A expansão e renovação das frotas não ocorrerá na velocidade inicialmente planejada.

A Azul já anunciou a prorrogação do recebimento de 59 jatos encomendados da Embraer (EMBR3). A Gol negociou o mesmo com a Boeing.

4. Menos voos internacionais

Outro consenso dos participantes da conversa promovida pelo BTG Pactual é que a retomada das rotas internacionais será mais demorada que a das rotas domésticas. As companhias frisam, contudo, que as perspectivas de longo prazo continuam mantidas.

Quanto ao preço das passagens, as empresas informam que dependerá da capacidade ofertada, no curto prazo; e dos ganhos de eficiência, no longo prazo.