4 investimentos à prova de qualquer crise política no Brasil
Na semana passada o Brasil passou pelo pior momento político desde a sua redemocratização. O presidente da república, Jair Bolsonaro, foi às ruas com manifestantes e atacou os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
Além disso, ele afirmou que jamais será preso por “canalhas”. Por fim, Bolsonaro disse ainda que não respeitaria as decisões de Moraes.
Depois de toda a confusão, o Ibovespa (IBOV) derreteu 3,78%, 113.412,84 pontos, mínima de fechamento desde 24 de março, refletindo a tensão política do 7 de setembro.
Essa não foi a primeira vez que a bolsa caiu tanto devido ao cenário político, em março desse ano o principal índice da Bolsa desabou 3,98% após o STF anular as condenações do ex-presidente Lula.
Com toda certeza, essas quedas causadas por Lula e Bolsonaro devem doer muito no bolso do investidor e a preocupação deve aumentar ainda mais, pois haverá eleição no próximo ano.
Por isso, o Money Times entrevistou o estrategista-chefe da Ativa Investimentos, Luiz Fernando Carvalho, para trazer com exclusividade quais são os 4 investimentos que são menos impactados pelas crises políticas do país.
Em primeiro lugar, o analista recomendou uma exposição em metais preciosos, como ouro e prata. Segundo ele, esses ativos não são de rentabilidade, mas sim de reserva de valor, ou seja, o intuito da compra desse modalidade é para o investidor preservar o dinheiro que possui e assim fugir de qualquer problema político ou até inflacionário.
“Para isso, temos contratos de ouro futuro, além dos BRDs e ETFs que trabalham com esse mercado. Os três são vendidos na na B3 (B3SA3)”, explicou Carvalho.
Depois de esquecida, a renda fixa está de volta
Um segundo ativo seria a renda fixa, mas com taxas pós-fixadas, essa modalidade permite a rentabilidade do comprador acompanhar a alta do juros e ter bons ganhos no longo prazo, tendo em vista que a Selic, principal indicador de juros no país, está subindo para controlar a inflação.
Sendo assim, o especialista do setor financeiro indicou compra para títulos que rendem CDI + Selic ou IPCA + Selic. Os produtos propostos pelo analista foram CDBs, LCIs, LCAs ou LCs, os quais são garantidos pelo Fundo Garantidor de Crédito, em valores de até R$ 250 mil por pessoa.
Acima dessa quantia, Carvalho recomendou aplicar o dinheiro no título do tesouro federal, cujo sempre pagou aos credores. Todavia, ele fez um alerta para quem optar pela renda fixa.
“No caso de CDBs, LCAs ou qualquer outro dessa modalidade, a ideia é pegar um título de apenas dois anos, pois as taxas serão pós-fixadas, por isso, não convém ficar muito tempo”, alegou Luiz Fernando.
Renda variável só no exterior
Caso o investidor procure aportes em ações e deseje preservar o seu dinheiro em meio a crises políticas, o ideal é comprar papéis de empresas do exterior.
“Essa forma de investimento seria uma diversificação de um portfólio bem montado, onde você tem uma diversificação de risco de moeda e uma diversificação de risco geográfico do investimento”, declarou Carvalho.
Todavia, nem todos conseguem ter uma conta no exterior, por isso, o analista contou que o ideal seria ter exposição no exterior via BDRs ou fundos de investimentos do exterior, os quais são abertos no Brasil.
Além disso, o especialista falou que as melhores ações para se ter no exterior, em momento de crise, são as de utilidade pública, como saneamento e energia.
Criptomoedas podem assustar, mas são uma boa alternativa
Todo mundo já ouviu falar sobre as criptomoedas, alguns sentem medo por ser um investimento de alto risco e por não ter nenhuma regulação governamental.
Mas não se desespere, a rentabilidade das moedas digitais pode ser muito vantajosa. O bitcoin (BTC), criptoativo mais conhecido no mundo, disparou 336,2% ante dólar nos últimos 365 dias.
Para o estrategista chefe da Ativa Investimentos, mesmo sendo um mercado novo e volátil, ele está se firmando, com países adotando os criptoativos como moedas.
Não obstante, Luiz Fernando explicou que a falta de regulação governamental faz com essa modalidade de investimentos seja extremamente segura em relação aos problemas geopolíticos.
“Mas, o ideal é não ultrapassar 5% do capital que o indivíduo tem para investir, pois esse segmento é muito volátil, sendo assim, seria interessante se preservar em relação ao risco oferecido pelos ativos”, concluiu.
Por fim, o analista ponderou que o investidor deve aceitar a possibilidade de queda dos aportes de risco indicados por ele, pois, mesmo correndo dos problemas políticos nacionais, é possível que uma grande crise econômica, como a provocada pela pandemia do novo coronavírus, cause uma quebradeira no mercado, exceto pela renda fixa.
Disclaimer
O Money Times publica matérias de cunho jornalístico, que visam a democratização da informação. Nossas publicações devem ser compreendidas como boletins anunciadores e divulgadores, e não como uma recomendação de investimento.