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4 empresas do setor imobiliário que devem aguentar com maior tranquilidade a alta da inflação

09 maio 2022, 15:31 - atualizado em 09 maio 2022, 15:38
Incorporadoras
Para os papéis de alto padrão das incorporadoras, a XP Investimentos enxerga resultados “mais resilientes” no primeiro trimestre (Imagem: Cyrela/Divulgação)

Em meio ao cenário inflacionário desafiador, com juros mais altos e a dificuldade de repasse de preços, a XP Investimentos espera resultados mistos para o segmento de média e alta renda do setor de imobiliário no 1T22.

Para os papéis de alto padrão da JHSF (JHSF3), Cyrela (CYRE3), Lavvi (LAVV3) e Melnick (MELK3), a corretora enxerga resultados “mais resilientes” no primeiro trimestre.

Para os papéis de baixa renda, a XP continua vendo uma forte pressão nos custos de construção, impactando negativamente a margem bruta e a geração de caixa das companhias.

Segundo a corretora, os nomes que atuam na parte inferior do grupo 2 do programa Casa Verde e Amarela (CVA) são os principais a serem afetados.

Na outra ponta, são esperados resultados positivos das empresas focadas no topo do programa “com base nas excelentes margens brutas no 1T22, apoiadas pelo maior poder de precificação e o sólido crescimento da receita, impulsionado pelo forte desempenho das vendas líquidas”.

Construtoras de média e alta renda

JHSF

A JHSF apresentou uma prévia operacional sólida no 1T22, com recuperação significativa no segmento de shoppings, segundo a XP. As vendas aumentaram mais de 86,8%, ante 1T21, atingindo R$ 788 milhões.

No negócio de incorporação imobiliária (principal segmento da JHSF), a companhia registrou queda de 11,5% ante o mesmo período de 2021, com as vendas somando R$ 306,7 milhões “explicadas pelo Complexo Boa Vista que atingiu R$ 266,5 milhões”.

As vendas das unidades prontas da Fazenda Boa Vista diminuíram, “o que deve resultar em uma margem bruta de 67,6%”.

A XP espera forte receita líquida no primeiro trimestre, atingindo R$ 453 milhões e estima que o lucro líquido acelere para R$ 206 milhões.

Cyrela

A Cyrela apresentou lançamentos com R$ 1,04 bilhão em valor geral de vendas – alta de 146% em relação ao mesmo período de 2021. Nas vendas líquidas, houve um aumento de 27% (vs 2021), atingindo R$ 1,31 bilhão no 1T22.

Apesar das altas, a XP tem uma visão neutra para a incorporadora, com receita líquida atingindo R$ 1,10 bilhão.

“Além disso, estimamos que a margem bruta diminua ligeiramente atingindo 32,8%, explicada por um mix de receitas da Cyrela no 1T22 com menor margem bruta, impactado negativamente por um projeto no Rio, e pela pressão de custos de construção”.

A corretora projeta um lucro líquido de R$ 172 milhões para a Cyrela.

Lavvi

Impulsionada por lançamentos que atingiram R$ 230 milhões, a Lavvi divulgou uma prévia operacional neutra no 1T22.

Nas vendas líquidas, a construtora registrou crescimento de 89% atingindo R$ 162 milhões, “levando a uma velocidade de vendas saudável de 20% no 1T22 vs. 22% no 4T21, apesar do cenário macro desafiador”.

A XP espera uma melhora nos resultados da construtora numa comparação anual, com a receita atingindo R$ 99 milhões no primeiro trimestre.

A corretora estima que a margem bruta diminua, “atingindo 35,8 impulsionada pelo mix de receita com menor margem bruta, devido ao projeto High Wonder”.

Para o lucro líquido, a XP espera que haja uma aceleração, com a incorporadora atingindo R$ 23 milhões.

Melnick

A Melnick apresentou dados mistos no primeiro trimestre, que se justificam por lançamentos que cresceram 23%, atingindo R$ 578 milhões.

Nas vendas líquidas, o desempenho da companhia apresentou queda de 20% em relação ao mesmo período de 2021, atingindo R$ 87 milhões.

Apesar dos números, a XP espera um resultado positivo para a Melnick, com receita líquida atingindo R$ 192 milhões.

“Além disso, o mix de receita deve ter margens mais fortes, beneficiadas por projetos de alto padrão, elevando a margem bruta para 28,6%”.

Para a corretora, o lucro líquido deverá acelerar para R$ 23 milhões.

EZTec (EZTC3)

A EZTec apresentou dados neutros na sua prévia no 1T22, com lançamentos atingindo R$ 489 milhões. As vendas líquidas do primeiro trimestre deste ano somaram 303 milhões de reais, o que equivale a um aumento de 28,9% em relação a um ano antes.

Para o resultado do 1T22, a XP não tem grandes expectativas de melhora e prevê a receita líquida atingindo R$ 223 milhões.

A corretora espera uma margem bruta de 42,1%.

Em relação ao lucro líquido, a XP estima que acelere, atingindo 94 milhões, motivado principalmente pelas receitas financeiras.

Even (EVEN3)

Por conta dos dados operacionais mais fracos divulgados pela incorporadora no trimestre, a XP espera resultados mistos no 1T22 para a Even.

Os lançamentos da companhia diminuíram, “atingindo R$ 778 milhões, menos 16% ante 2021”.

Nas vendas líquidas também houve queda, de 57% (vs 2021), atingindo R$ 252 milhões, levando a velocidade de vendas (VSO) para 8% vs. 13% no 4T21.

A corretora espera que a receita líquida atinja R$ 470 milhões “levando a margem bruta ajustada a desacelerar para 27,7% “impactada negativamente pelo mix de receitas do 1T22 com foco em projetos de média renda, que possuem margens menores”.

A perspectiva da XP para o lucro líquido da construtora é uma queda significativa, atingindo R$ 30 milhões, menos 64% ante 2021.

Trisul (TRIS3)

Para a Trisul, a XP espera um trimestre com resultados fracos, com as vendas líquidas caindo “acentuadamente 32% ante 2021, atingindo R$ 120 milhões”.

Pela projeção da corretora, a receita líquida da construtora deve ficar em “R$ 154 milhões e a margem bruta de 33,6%, desacelerando 5,1 p.p. na comparação anual, devido principalmente à pressão inflacionária dos custos de construção”.

A XP prevê que o lucro líquido diminua para R$ 14 milhões (queda de 59% vs 2021), refletindo o menor lucro previsto de R$ 52 milhões.

MRV
Para os papéis de baixa renda, a XP continua vendo uma forte pressão nos custos de construção (Imagem: MRV/Bruno Correa/NITRO)

Construtoras de baixa renda

Cury (CURY3)

Para as incorporadoras de baixa renda, a XP espera que a Cury continue sua tendência de resultados sólidos (como em 2021) no 1T22.

A construtora apresentou fortes dados operacionais no trimestre, “impulsionados principalmente por lançamentos robustos, atingindo R$ 781 milhões e vendas líquidas recorde, atingindo R$ 753 milhões”.

A corretora espera melhoras sólidas para a companhia na comparação com o ano passado no 1T22, com receita líquida de R$ 423 milhões.

A margem bruta deve acelerar, “atingindo 36,2%, acompanhando o maior preço médio por unidade da empresa”.

Para o resultado, a XP estima que o lucro líquido aumente para R$ 65 milhões.

Direcional (DIRR3)

Em sua prévia operacional, a Direcional apresentou resultados sólidos “impulsionados por lançamentos robustos de R$ 557 milhões e vendas líquidas resilientes atingindo R$ 508 milhões”.

A XP espera melhorias sólidas para a construtora no 1T22 com receita líquida de R$ 472 milhões.

“Além disso, a margem bruta deve ficar estável na comparação anual, atingindo 35,6%, explicada pelo maior preço médio por unidade dos segmentos Direcional e Riva, compensando a pressão dos custos de construção”.

A corretora, com exatidão em sua perspectiva, esperava que lucro líquido acelerasse e, atingisse R$ 35 milhões (+31% ante 2021). A construtora e incorporadora fechou o primeiro trimestre de 2022 com lucro líquido ajustado de R$ 35,632 milhões.

MRV (MRVE3)

Do lado negativo, ficou a MRV, na visão da XP, apesar de acreditar que a AHS (subsidiária americana da MRV) continue ganhando relevância nos resultados da MRV no 1T22, “o desempenho das operações brasileiras foi abaixo do esperado e deve impactar negativamente a margem bruta no trimestre”.

Na prévia operacional da empresa, a AHS informou que a conclusão da venda do projeto Coral Reef, levou as vendas líquidas da subsidiária para R$ 221 milhões.

“Por outro lado, os lançamentos da MRV&Co atingiram R$ 1,73 bilhão, prejudicados pelo core business da empresa (marca MRV) atingindo R$ 1,03 bilhão”.

As estimativas para os resultados são “levemente negativos para a MRV no 1T22, com receita líquida atingindo R$ 1,6 bilhão.”

A margem bruta deve atingir 22,9%, afetada pela pressão de custos.

A XP espera que o lucro líquido desacelere atingindo R$ 105 milhões, “apesar da contribuição positiva da AHS no resultado”.

Tenda (TEND3)

Para o 1T22, na visão da XP, a construtora Tenda deve seguir com seu processo de recuperação de margens, o que implica no seu resultado.

A Tenda apresentou dados operacionais fracos no 1T22, “explicados por lançamentos que caíram acentuadamente (-23,5% ante 2021), atingindo R$ 467 milhões e as vendas líquidas em queda, atingindo R$579 milhões”.

A estimativa da corretora é “mais um trimestre de resultados negativos para a Tenda com receita líquida de R$ 602 milhões”.

A margem bruta deve manter níveis fracos, atingindo 17,5%, apesar da estratégia da empresa de aumentar seu preço médio por unidade.

A XP projeta um trimestre de lucro líquido negativo, atingindo -R$ 66 milhões.

Plano & Plano (PLPL3)

A Plano&Plano apresentou dados operacionais sólidos em sua prévia no 1T22, “impulsionados principalmente por vendas recorde, atingindo R$372 milhões”.

Com isso, a velocidade das vendas aumentou para um patamar saudável de 41,2% (vs. 39,2% no 4T21 e 38,8% no 1T21), refletindo o robusto desempenho de vendas.

Apesar disso, a XP espera que “a pressão de custos continue impactando os resultados da companhia na comparação anual, levando a margem bruta para 28,2%”.

A corretora estima uma receita líquida estável, atingindo R$314 milhões.

Para os resultados, a XP espera “uma queda acentuada do lucro líquido atingindo R$ 21 milhões, impactado negativamente pela compressão da margem bruta”.

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