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4 fundos imobiliários que mais surfaram nas 19 altas do Ifix; É hora de comprar?

25 maio 2023, 13:44 - atualizado em 25 maio 2023, 13:44
Fundos imobiliários
Índice de fundos imobiliários engatou a maior sequência de altas desde o fim de 2019 e voltou aos 3 mil pontos (Foto: Flávya Pereira/Money Times)

O índice de fundos imobiliários (Ifix) da B3 engatou uma sequência de 19 pregões de alta, entre 26 de abril e 23 de maio. Nesse intervalo, foram três semanas consecutivas de ganhos, valorização de mais de 6% e um avanço de quase 200 pontos, voltando ao patamar de 3 mil pontos.

Esse foi o maior período em que o Ifix fechou com ganhos desde o fim de 2019, quando chegou a 31 dias de sinal positivo entre o novembro e janeiro de 2020. Contudo, a sequência foi interrompida ontem (24).

No entanto, alguns fundos imobiliários surfaram bem nessa onda de ganhos do índice de FIIs e acumularam forte valorização nesse intervalo, segundo levantamento realizado por Einar Rivero, head comercial do hub independente do mercado financeiro TradeMap.

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4 fundos imobiliários que saltaram junto com o Ifix

Entre as quatro maiores altas, então três fundos de papel que protagonizaram tombos no mês passado. A maior valorização ficou com o Hectare CE (HCTR11) que, até o pregão de ontem (24), avançou quase 50%. Esse FII fechou abril com o quinto pior desempenho (-14,5%). Porém, em março, o tombo foi ainda maior, de quase 33%.

Além do HCTR11, o Devant Recebíveis (DEVA11) é outro fundo que se aproveitou da fase positiva do Ifix para tentar recuperar as perdas nos meses anteriores.

No intervalo de 19 pregões seguidos de alta do índice de fundos imobiliários, a valorização foi de 48,5%. Sendo que em março, o FII derreteu perto de 34% e no mês passado, fechou com queda de 13,6%. Com isso, o DEVA11 praticamente devolveu as perdas acumuladas nesses dois meses.

Já o Versalhes Recebíveis (VSLH11) avançou 45% no período de altas do Ifix, após derreter 23,6% em abril e 29% em março. Além deles, o RBR Properties (RBRP11) subiu 22,2%.

(Levantamento: Trademap)

É hora de investir nesses fundos de papel?

Esses três fundos imobiliários têm um ponto em comum. Entre março e abril, eles fizeram parte de calotes envolvendo o pagamento de Certificados Recebíveis Imobiliários (CRIs).

Tudo começou no começo de março, quando a Forte Securitizadora (Fortesec) ficou inadimplente com o pagamento de juros e amortização de CRIs vencidos em fevereiro. Isso fez com que esses FIIs derretessem à época. Porém, dias depois, outra notícia envolvendo os recebíveis pegou em cheio esses fundos imobiliários.

A Justiça do Rio Grande do Sul decidiu que a empresa do ramo imobiliário e de turismo Gramado Park (GPK) ficaria suspensa de pagar recebíveis à Fortesec por 60 dias. Na sequência, o GPK entrou com pedido de recuperação judicial.

Em meio ao imbróglio judicial, o analista de real estate da Empiricus Research, Caio Nabuco de Araujo, diz que “segue acompanhando de fora” os fundos imobiliários do segmento high yield (alto rendimento).

“A situação pode ter melhorado no curto prazo, especialmente no âmbito judicial do CRI Gramado Parks. Mas a volatilidade das cotas segue alta e o curtíssimo prazo ainda traz riscos de inadimplência”, avalia Araujo.

Ele acrescenta que ainda vê a relação risco versus retorno dos FIIs do segmento high grade (alto nível) “mais favorável”. “Atrelados à inflação, me parece um carrego interessante quando falamos de fundos de papel com menor risco de inadimplência”, comenta.

O Money Times entrou em contato com os fundos imobiliários que têm recebíveis envolvidos com a Gramado Park. Por meio de nota, o fundo imobiliário Hectare CE disse que “os detentores dos CRIs decretaram o vencimento antecipado das operações e a execução das garantias dos papeis da GPK”.

As gestoras do VSLH11, DEVA11, além do Tordesilhas EI (TORD11), preferiram não comentar o assunto.