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4 CEOs e um segredo: O que está por trás da dança das cadeiras na Petrobras (PETR4)

20 jun 2022, 12:45 - atualizado em 20 jun 2022, 12:45

O comando da Petrobras (PETR4) passou por uma série de mudanças nos últimos quatro anos, em especial desde que o atual presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), iniciou seu mandato.

As mudanças mais recentes (e frequentes) acontecem com a justificativa de que trocar de CEO é importante para conter o aumento dos preços dos combustíveis no país.

A última alta foi realizada na sexta-feira (17), com o preço médio de venda de gasolina da estatal para as distribuidoras passando de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro.

E, nesta segunda-feira (20), a situação ganhou novas cores com o pedido de demissão do então presidente da estatal, José Mauro Coelho.

Agora, assume interinamente o controle da petrolífera o engenheiro civil Fernando Borges — se tornando o quarto a sentar na cadeira durante o governo Bolsonaro.

Para os economistas ouvidos pelo Money Times, a situação não passa de um jogo de cena do presidente, que tenta a reeleição e está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, que já vem acontecendo desde o final de maio.

“A simples troca do presidente é mais emblemática para dar uma satisfação à população de que o Bolsonaro está fazendo o possível, o que está ao seu alcance, para segurar essa alteração de preço dos combustíveis. É mais uma satisfação política”, explicou Michael Viriato, estrategista-chefe da Casa do Investidor, em entrevista ao Money Times em maio. 

À época, Paulo Feldmann, professor da Universidade de São Paulo (USP), afirmou que “a governança da Petrobras considera como preferência os acionistas minoritários, e qualquer coisa que a empresa faça que vá contra eles, e que prejudique a rentabilidade da Petrobras, a companhia pode sofrer um processo muito sério na Bolsa brasileira e nas Bolsas internacionais”.

“Nenhuma empresa pode se dar ao luxo de renunciar à rentabilidade. Não tem cabimento, muito menos ainda por interesses eleitorais. Essa mudança de presidentes não vai funcionar para abaixar o preço, porque os acionistas vão cobrar um preço muito grande se isso acontecer, vão entrar na Justiça, vão jogar pesado e vão ganhar, alegando que a empresa não pode abrir mão de sua rentabilidade”, diz.

Para Feldmann, as alterações “não têm como atender ao desejo de Bolsonaro de abaixar o preço do combustível porque vai contra a rentabilidade da empresa e os acionistas minoritários não vão, de jeito nenhum, concordar”.

Os 4 homens da Petrobras

Roberto Castello Branco

Roberto Castello Branco
(Imagem: Reuters/Sergio Moraes)

Indicado logo após as eleições de 2018, Roberto Castello Branco assumiu a Petrobras prometendo menor intervenção do Estado na economia e tecendo duras críticas a existência de monopólios na indústria de óleo e gás brasileira.

Com pouco mais de dois anos ocupando a presidência, Castello Branco foi demitido devido a insatisfações do governo com sua gestão e as sucessivas altas no preço dos combustíveis.

Joaquim Silva e Luna

General Silva e Luna
(Imagem: Reuters/Adriano Machado)

O general da reserva Joaquim Silva e Luna assumiu a Petrobras prometendo que a empresa, em sua gestão, seria marcada pela “previsibilidade” sem abandonar a paridade internacional adotada pela política de preços da estatal em 2016.

Apesar de apresentar reajustes mais temporários que seu antecessor, Silva e Luna acabou sendo retirado da presidência com menos de um ano no cargo. O motivo: A escalada nos preços dos combustíveis, novamente.

José Mauro Ferreira Coelho

José Mauro Coelho Petrobras
(Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Terceira opção do governo federal, José Mauro Coelho assumiu a liderança da Petrobras após a recusa de Rodolfo Landim e Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura.

Em tom apaziguador, Coelho não prometeu reduções significativas no preço dos combustíveis durante sua gestão, mas se referiu diretamente a redução das dívidas da estatal, além de melhorias na comunicação.

O mercado reage

Petrobras

Após o anúncio da demissão de Coelho, a negociação das ações da Petrobras foi suspensa na B3 por duas vezes durante a manhã.

A primeira suspensão aconteceu na abertura do pregão, após a estatal informar que José Mauro Coelho pediu demissão do cargo de presidente da estatal, após dois meses no comando. A segunda suspensão aconteceu por volta das 10h50, após os papéis operarem em queda de mais de 3%.

Na volta das negociações, os ativos da estatal operavam em queda de 2,20%, a R$ 26,71. Às 12h33, o mercado parecia digerir melhor a notícia, com as ações da Petrobras subindo 0,51%, a R$ 27,45.

*Com informações de Renan Nunes e Agência Brasil

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