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3tentos (TTEN3) fomenta cultivo da canola; grão pode ser usado na produção de biodiesel

16 jan 2025, 16:54 - atualizado em 16 jan 2025, 16:54
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(Imagem: Divulgação/ Site da 3tentos)

A 3tentos (TTEN3) anunciou que irá incorporar a canola ao seu ecossistema de produção no Rio Grande do Sul (RS) a partir da safra de inverno de 2026. A oleaginosa será utilizada para a produção do biodiesel na fábrica da empresa em Ijuí-RS, em um volume correspondente a três meses de fabricação do combustível.

De acordo com divulgação realizada pela empresa nesta segunda-feira (16), a 3tentos já está oferecendo a semente e fazendo o barter (uma relação de troca em que o produtor rural adquire insumos, sob a condição de pagá-los ao fim da safra).

“Vamos trazer informações para o agricultor de uma cultura ainda pouco difundida. Não é um movimento isolado, mas um mercado que está se movimentando e que terá a 3tentos se colocando na liderança”, disse o COO (Chief Operation Officer, ou diretor de operações), João Marcelo Dumoncel.

Canola é nova aposta da 3tentos no RS

Antes de implementar a cultura, a 3tentos realizou pesquisas na Austrália, onde a canola é bastante desenvolvida, por meio de sua academia que conta com uma equipe de 168 agrônomos.

O objetivo é introduzir a canola como uma cultura de rotação de inverno, que não vai ocupar o lugar do trigo, mas irá se alternar a ele a cada duas safras.

“Não vamos reduzir o trigo, indicamos a canola como uma rotação. O trigo em dois invernos seguidos é positivo, mas no terceiro já começa a ser afetado. A área em que ele foi plantado começa a perder produtividade e aumenta a sensibilidade a doenças no terceiro e no quarto ano”, explicou Dumoncel.

Atualmente, o RS conta com quase 7 milhões de hectares de soja plantados e cerca de 1,3 milhão de trigo, segundo o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) relativo à safra de 2024. Já a canola ocupa apenas 140 mil hectares.

“O estado tem uma área descoberta que não está tendo uma atividade econômica importante o ano todo. Estamos incentivando o produtor a ocupar este espaço sem diminuir o trigo, mas acrescentando a canola como uma cultura de inverno”, complementou o executivo.

Canola e a produção de biodiesel

De acordo com as pesquisas da 3tentos, a canola proporciona 43% de óleo na extração, contra cerca de 20% em média da soja, e oferece o mesmo rendimento no combustível. “A canola vai trazer mais economia e desenvolvimento, além de ter uma pegada de carbono menor”, afirmou Dumoncel.

Para a produção do biodiesel, a companhia fará uma adaptação na indústria de Ijuí-RS, que não requer grandes investimentos. O processo pode ser feito em 24 horas, apenas para limpar a linha de produção e irá suprir a indústria, na primeira fase, por três meses.

A canola é uma cultura resultante do melhoramento genético realizado por melhoristas canadenses, a partir da hibridação de duas espécies de colza. A denominação canola é a abreviação de CANadian Oil Low Acid.

Segundo estudo da Embrapa, o cultivo da canola constitui uma alternativa econômica para os produtores, que podem se beneficiar da mesma estrutura de máquinas e equipamentos disponíveis nas propriedades, com algumas adaptações e acréscimos por meio do uso de kits. Além disso, apresenta baixo custo com defensivos agrícolas, comparativamente às demais espécies empregadas na produção de grãos.

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gustavo.silva@moneytimes.com.br
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