3R Petroleum (RRRP3) paga R$ 5 bi à Petrobras (PETR4) e encerra novela sobre Polo Potiguar
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) aprovou a transferência do Polo Potiguar da Petrobras (PETR4) para a 3R Petroleum (RRRP3), colocando fim à novela que se arrasta desde o começo do ano após falas do governo que pediram a reconsideração do negócio. A venda entre as petroleiras se deu no final do governo de Jair Bolsonaro.
Segundo o documento enviado ao mercado nesta quarta (7), a transação foi concluída com o pagamento à Petrobras, na data de hoje, de US$ 1,098 bilhão (R$ 5,408 bilhões), já considerando os ajustes previstos em contrato, que se somam à parcela de US$ 110 milhões (R$ 591,95 milhões) pagos na assinatura do contrato, em 31 de janeiro de 2022.
O contrato ainda prevê o pagamento de US$ 235 milhões, divididos em quatro parcelas anuais de US$ 58,75 milhões, sendo a primeira em março de 2024. A 3R assumirá a operação do ativo a partir de 08 de junho de 2023.
A empresa acrescenta que as linhas de financiamento contratadas junto ao BTG Pactual e às instituições financeiras lideradas pelo Morgan Stanley, que somam US$ 1 bilhão, foram desembolsadas em nome da 3R Potiguar para realizar o pagamento.
Já a Petrobras informou que o Polo Potiguar responde por menos de 1% da produção total de óleo da sua produção, que “continuará no Rio Grande do Norte investindo em projetos com grande potencial de crescimento futuro, tais como a exploração da Margem Equatorial na Bacia Potiguar (onde a empresa detém participação em 5 blocos exploratórios e possui compromisso de perfurar o poço de delimitação da descoberta de Pitu) e a avaliação de projetos de parques eólicos offshore, a exemplo de Colibri, em parceria com a Equinor”.
Veja a localização do polo:
3R Petroleum: O que o Polo Potiguar possui?
A aquisição do Polo Potiguar contempla:
- a cessão dos contratos de concessão de um conjunto de 22 campos de óleo e gás, bem como toda a infraestrutura e sistemas de dutos que suportam a operação;
- a transferência de todas as instalações do Ativo Industrial de Guamaré (“AIG”), que compreende as unidades de processamento de gás natural, a refinaria de Clara Camarão e o Terminal Aquaviário de Guamaré, com capacidade de estocagem e sistemas que permitem a exportação, importação e cabotagem de óleo e derivados.
As concessões do Polo Potiguar registraram, em 2023, produção média de 16,5 mil barris de óleo por dia
e 37,3 mil m³/dia de gás natural. Considerando a produção do Polo Potiguar, a produção proforma da
companhia alcançou 42,3 mil barris de óleo equivalente por dia em abril de 2023.
“A aquisição do Polo Potiguar representa um marco para história e construção do portfólio da 3R. O ativo amplia substancialmente a escala de produção e a capacidade de reposição e incremento de reservas nos próximos anos, posicionando a companhia como um dos principais players da indústria de óleo e gás da
América Latina”, explica.
Alivio à analistas
No começo do ano, a companhia tombou após o Ministério de Minas e Energia (MME) solicitar à Petrobras (PETR4) a paralisação dos processos de venda de ativos em curso pelo prazo de 90 dias.
Na época, a Petrobras disse que seu conselho de administração avaliou as vendas em curso, o que incluiu o Polo Potiguar.
Falas de Jean Paul Prates jogaram mais fogo à lenha. Em entrevista a jornalistas, o CEO da Petrobras havia dito que o governo poderá recomendar a suspensão em definitivo das vendas de alguns ativos em curso da estatal, após conclusão de análise.
Analistas temiam que a venda não acontecesse, o que traria riscos à tese da 3R. No ano, a ação acumula queda de 7,42%.
Veja o documento: