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30 anos do Plano Real: ‘Brasil hoje tem inflação de primeiro mundo’, diz Gustavo Franco; veja entrevista especial

18 abr 2024, 16:17 - atualizado em 18 abr 2024, 16:27

No dia 1º de junho de 1994, entrava em circulação o real, a moeda que mudaria para sempre os rumos da economia brasileira.

Após anos de hiperinflação, quando o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) chegou a mais de 2000%, o real, enfim, arrumou a casa e permitiu ao país um longo caminho de estabilidade que o colocaria entre as maiores economias do mundo.

Mas a batalha não foi fácil. Antes da moeda, houve pelo menos cinco planos: Cruzado, Bresser, Verão, Collor 1 e Collor 2. Na visão de um nos nomes que ajudaram o real a nascer, Gustavo Franco, esses planos auxiliaram a evitar a repetição dos mesmos erros.

“Começando com a palavra maldita, que é o congelamento [de preços]. E o que faltou nos muitos outros foi a cirurgia. Muito dos planos anteriores foram descritos como anestesias que não eram seguidas de uma cirurgia”, discorre o economista, que também foi presidente do Banco Central e atualmente é sócio-fundador da Rio Bravo Investimentos.

Para ele, o congelamento de preços parecia ter um impacto inicial positivo e “todo mundo gostava, tinha a sensação da estabilidade, mas não era duradouro”.

“Era artificial e era revertido em um espaço de poucos meses. Mas a essência era trazer o diagnóstico da doença. E a inflação que a gente tinha, que era hiper, não era um acidente. Era preciso ter um diagnóstico elaborado. Nenhum dos outros planos tiveram isso”, conta.

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Inflação de primeiro mundo

Mas passados 30 anos de sua implementação, Gustavo Franco vê como remotas as chances de o Brasil vivenciar uma nova hiperinflação.

Para se ter uma base de comparação, o IPCA de março foi de 4%, número irrisório perto dos 2500% de 1994, antes do plano entrar em vigor.

“Temos instituições que nos protegem de retroagir a situação de lá atrás. E temos hoje uma inflação que é de primeiro mundo, é comparável ao que nos estamos vendo nos países do Hemisfério Norte”, completa.

Em sua visão, o país se distanciou daquele paradigma latino-americano clássico de inflação alta e sistema monetário avacalhado.

“Inclusive no resto da América Latina parece que ficou menor, só tem a Argentina e a Venezuela ainda com problemas de inflação típicos dessa América Latina do passado”, argumenta.

Para assistir à entrevista completa com o Gustavo Franco é só clicar aqui.