3 sinais que o Bitcoin (BTC) vai derreter e 3 sinais que o Bitcoin (BTC) vai decolar, segundo Glassnode
O período de volatilidade do Bitcoin (BTC) está em suas mínimas históricas, e segundo a casa de análise On-Chain Glassnode, isso está para mudar dentro de pouco tempo.
A volatilidade do Bitcoin chega próximo a de uma stablecoin, negociando dentro de uma faixa minúscula de US$ 869. Apenas 4,6% separa a baixa semanal de US$ 18.793 da alta de US$ 19.662.
No relatório “The Week On Chain” desta semana, o Glassnode diz haver dois cenários possíveis para a criptomoeda: derreter ou decolar. As análises do Glassnode são feitas a partir de dados On-Chain, isso é, dentro do blockchain.
Ao cruzar informações de preço com informações de endereços ativos em um determinado período de tempo, por exemplo, é possível tentar entender o cenário mais provável.
Veja o que pode causar um cenário de queda, ou um cenário de alta, segundo o Glassnode:
3 sinais que o Bitcoin (BTC) vai derreter
A primeira métrica On-Chain utilizada pelo Glassnode, que pode ser decisiva para o andamento do mercado, é a de “New Address Momentum”, que busca entender o momento em que a criptomoeda está em relação a novos endereços de carteiras criados por dia na rede.
A criação de novos endereços por dia é comparada com as médias móveis de curto e longo prazo, ou mensal [linha vermelha] e anual [linha azul] respectivamente. Os novos endereços são aqueles que aparecem pela primeira vez em uma transação de um bloco do Bitcoin.
“Como pode ser visto em novembro de 2018, uma falha na média mensal em atingir um impulso positivo foi um precursor de uma venda de US$ 6 mil para US$ 3,2 mil. Por outro lado, janeiro de 2019 representou uma explosão de novas atividades que impulsionou os mercados de US$ 4 mil para US$ 14 mil”, diz relatório.
O relatório indica que, atualmente, o New Address Momentum está à beira de um impulso, todavia ainda não recebeu o suficiente para apontar para uma melhoria.
Um possível sinal de melhoria estaria na média móvel mensal atingir a marca de mais de 410 mil novos endereços por dia. Mas do que adiantaria 410 mil endereços por dia se todos estiverem vazios?
Por isso, a segunda métrica utilizada pela Glassnode foi a de endereços com balanço diferente de zero. O cenário parece estar semelhante a novembro de 2018.
O número de endereços com saldo diferente de zero estagnou desde agosto deste ano. O que pode significar que, apesar de quase 400 mil endereços serem criados todos os dias, muitos outros estejam esvaziando seus saldos.
“A contagem de endereços de saldo não zero abaixo de 42,6 milhões sinalizaria que uma eliminação significativa de carteiras está em andamento e pode sinalizar distribuição e enfraquecimento do mercado”, indica o Glassnode.
Conforme o gráfico acima, em 2018 houve uma queda significativa nas carteiras com saldo diferente de zero e, consequentemente, o valor da rede ficou com um prejuízo que alcançou os US$ 800 no primeiro semestre.
O valor da rede, ou “Net position”, é calculado subtraindo as despesas líquidas totais das receitas gerais totais.
Atualmente, o número de carteiras com saldo diferente de zero ameaça cair, e o valor da rede está chato e lateral.
O Glassnode também aponta que o volume de transferências (USD) foi outra métrica que caiu para as mínimas deste ciclo, chegando a tocar US$ 19,2 bilhões/dia.
O volume está abaixo do pico visto em dezembro de 2017 e está muito pouco acima das mínimas de maio a julho de 2021.
“Isso indica que existe um grau significativo de apatia na rede Bitcoin, com atividade extremamente silenciosa na cadeia, sugerindo uma leitura sem brilho sobre a utilização da rede, atenção e crescimento da base de usuários”, diz o relatório.
No entanto, o relatório entrega uma métrica positiva aos touros. O volume de moedas gastas em transações que atingem o mempool de nós validadores, teve uma explosão sustentada mais alta desde setembro.
O mempool é um ambiente virtual onde as transações recentes na rede do Bitcoin esperam ser incluídas em um bloco por um minerador. Mandar transações para a mempool significa pedir para a rede, ou os mineradores, validarem sua transação, e isso custa taxas.
O mesmo é possível observar no número de transações enviadas, com um aumento muito modesto da taxa média paga. “Embora muito precoce e de curto prazo por natureza, isso se alinha com o New Address Momentum se aproximando da média anual.”
Essas métricas fornecem uma visão potencial de uma maré de mudança poara o Glassnode, embora exijam que uma tendência de alta seja estabelecida, e sustentada, para aumentar as chances de uma verdadeira recuperação do mercado.
No caso dessas métricas serem apenas momentâneas, o cenário mais provável é que as tendências de baixa expostas no relatório prevaleçam.
3 sinais que o Bitcoin (BTC) vai decolar
Após desanimar um pouco os investidores de longo prazo, o Glasnode faz questão de acariciar os touros. O relatório traz algumas métricas de possíveis gatilhos que pode ocasionar um mercado de alta.
A primeira delas é o comportamento das coortes de investidores. Tanto os camarões (que possuem menos de 1 BTC) como as baleias (até 10 mil BTC) parecem estar em um movimento mais cumulativo do que de distribuição de moedas.
Dado que os preços permaneceram estáveis e de baixa volatilidade, isso sugere uma tendência à acumulação de investidores pacientes nestes níveis baixos de mercado.
O saldo mais líquido é representado em vermelho, onde a sensação de acumulação é fraca, enquanto a tendência do saldo ser um acúmulo líquido é representado pela cor azul.
Conforme visto no gráfico, somente as baleias ainda estão com um sentimento de despejo no mercado, enquanto os demais parecem estar começando a acumular saldo.
Uma métrica que corrobora com a visão de acumulação é a que demonstra que as reservas de bitcoin mantidas nas corretoras cripto também continuaram a cair para mínimos de vários anos ao longo de outubro e voltando aos níveis de janeiro de 2018.
Conforme a Glassnode, todo o volume de moedas que entrou para as corretoras desde a última alta do ciclo agora foi retirado para alguma carteira não associada à elas.
Em métricas On-Chain, os bitcoins que saem de carteiras associadas a corretoras são vistos como moedas que serão vendidas, e aqueles que saem das corretoras, moedas que serão guardadas.
Somente em outubro, 123,5 mil BTC foram retirados das corretoras, o equivalente a 0,86% da oferta circulante.
“Embora as reservas de bitcoin nas corretoras por si só não sejam um sinal em si mesmas, dentro do contexto fornecido acima e abaixo, fornecem um pano de fundo construtivo”, diz o relatório.
Outra observação associada às corretoras, apontada no relatório, é o equilíbrio entre os fluxos líquidos de 30 dias dos dois principais ativos, BTC e ETH, em comparação com o fluxo líquido combinado de 30 dias das quatro maiores stablecoins USDT, USDC, BUSD e DAI.
“Essa métrica consiste em dois componentes:
- O código de barras retornará laranja quando o fluxo de BTC e ETH nas exchanges for positivo (ou seja, entradas líquidas denominadas em USD dos dois principais ativos).
- A mudança de posição líquida retornará verde quando o fluxo de stablecoins nas exchanges for maior que o valor em USD de BTC e ETH (poder de compra positivo) e, inversamente, retornará vermelho quando mais valor de BTC e ETH fluir do que stablecoins (poder de compra negativo) ).”
Na prática, essa métrica busca comparar o poder de compra dos investidores nas corretoras, com a quantidade disponível de Bitcoin.
No momento, é possível observar que o fluxo líquido de 30 dias de BTC e ETH foram saques e, simultaneamente, um excesso de US$ 3 bilhões/mês em stablecoins fluiu para as corretoras, aumentando o poder de compra relativo.
Junto com as métricas de saques para fora das corretoras e transações e um sentimento de acumulação retornando aos investidores, o cenário pode resultar em uma pressão compradora de bitcoin e consequentemente sustentar as métricas negativas vistas no começo desta matéria.
As reservas em USD estão aumentando, enquanto as moedas disponíveis para compra estão diminuindo, e isso é um excelente sinal para a casa de análise.
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