3 razões por que a onda de IPOs não vai derrubar a Bolsa, segundo a XP Investimentos
Até que ponto a empolgação dos investidores com a onda de IPOs deste ano pode derrubar o Ibovespa? Segundo Fernando Ferreira, estrategista-chefe da XP Investimentos, a dúvida atormenta parte do mercado – e, na sua opinião, por nada.
O analista pontua três fatores que devem anular uma eventual pressão negativa dos IPOs sobre o mercado acionário.
O primeiro é que, apesar de tudo, há poucas companhias listadas na B3 (B3SA3). São 429 empresas no Brasil, ante cerca de 2 mil na Inglaterra, 4 mil no Japão e na China, e quase 5 mil nos Estados Unidos.
Maior volume de negócios
O segundo fator é a maior liquidez do mercado acionário brasileiro atualmente. Ferreira observa que, em 2000, a Bolsa movimentava, em média, R$ 600 milhões por dia. Agora, o volume é de R$ 25 bilhões, um acréscimo de 55% sobre a média diária do ano passado.
Essa expansão dos negócios é puxada, por sua vez, pela baixa taxa de juros. A Selic atingiu o menor nível desde que foi criada, empurrando muitos investidores para o mercado de ações, em busca de remunerações melhores que as da renda fixa.
O último fator citado pelo estrategista da XP Investimentos é que o volume de dinheiro alocado em ações está abaixo da média histórica. Para se ter uma ideia, em 2007, quando o país viveu seu recorde de IPOs, com 64 listagens, a taxa Selic estava em hoje inimagináveis 11,25% ao ano.
Mesmo assim, as ações respondiam por 21,7% dos recursos alocados pelos fundos de investimento. Hoje, com a Selic em 2%, a fatia de ações nas carteiras dos fundos é de apenas 11,5%, menor, inclusive, do que a média histórica de 13,6%, segundo a XP.