3 perguntas para Enauta (ENAT3) responder depois de achar petróleo no Campo de Atlanta
O petróleo encontrado pela Enauta (ENAT3) em uma nova acumulação na área em implantação do Sistema Definitivo do Campo de Atlanta deve ter impacto positivo para a companhia, segundo analistas.
Contudo, o ativo só deve afetar a receita e lucro da companhia no médio a longo prazo.
Na véspera, a Enauta divulgou ao mercado que foi concluída a perfuração e perfilagem do poço piloto 9-ATL-8DP e identificou óleo em intervalo de 57m (profundidade medida) com “excelentes propriedades petrofísicas”.
A acumulação se situa em profundidade de 2.644m e, segundo estimativas da petroleira, os recursos in place da acumulação superam 230 milhões de barris de óleo.
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Para Gustavo Gomes, especialista de Renda Variável e sócio da Acqua Vero, “a nova descoberta pode ajudar a empresa no futuro”, principalmente após um 1T23 “um pouco defasado”, impactado por uma produção menor.
A descoberta também “é muito relevante”, porque os números anunciados conseguem mais do que dobrar a produção que ela tem hoje, pontua Gomes.
O especialista explica, no entanto, que transformar o petróleo em receita – e, consequentemente, em lucro – é um processo demorado, que dura de dois a três anos.
Até lá, ele avalia que três perguntas devem ser analisadas:
- Quando esse petróleo poderá ser extraído?
- Qual será o preço para extrair?
- Esse processo vai impactar as margens da companhia?
Neste momento, Gustavo Gomes pontua que a principal questão para a Enauta é “conseguir extrair [o petróleo] de uma maneira estratégica”, com uma margem relevante para, então, o ativo se tornar receita e lucro no futuro.
O Bank of America manteve a recomendação de compra para as ações da companhia, com um preço-alvo de R$ 26.
Leonardo Marcondes, analista do banco, ressalta que o maior potencial de reserva e a recente extensão da vida útil da concessão do campo de Atlanta até 2044 também melhoraram a visibilidade de longo prazo para a Enauta.
Enquanto isso, “a diversificação de ativos e os desafios operacionais continuam sendo os principais riscos”, pontua.