3 motivos que devem manter o dólar na casa dos R$ 5,90 nos próximos anos, segundo o Itaú
O câmbio deve se manter no patamar de R$ 5,90 por dólar nos anos de 2025 e 2026, segundo projeções do Itaú. Antes, a expectativa para a taxa era de R$ 5,70.
O economista-chefe do banco, Mario Mesquita, e sua equipe afirmam que três principais fatores devem seguir pressionando o real:
- dólar forte globalmente;
- prêmio de risco brasileiro elevado diante das incertezas fiscais; e
- piora da dinâmica da conta corrente, refletindo atividade aquecida.
Em relação ao motivo externo, os economistas dizem que o crescimento dos Estados Unidos (EUA) maior do que de outros países deve impulsionar a moeda norte-americana.
Além disso, as políticas tarifárias e inflacionárias do governo de Donald Trump — que tomou posse nesta segunda-feira (20) –, e o fim do afrouxamento monetário no país devem corroborar com a força do dólar.
Do lado doméstico, o Itaú não espera que o governo cumpra a meta de primário em 2025, embora reconheça que há chances de um resultado melhor diante da resiliência da atividade e do esforço na agenda de receitas.
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“Esperamos déficit de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo 0,4% para efeitos da meta com exclusão de precatórios. Consideramos o cumprimento do limite de despesas, mas o tamanho exato do desafio dependerá principalmente da evolução do número de beneficiários de programas sociais”, dizem.
Os economistas ponderam, no entanto, que existem incertezas em relação à reação de política fiscal e parafiscal, frente à desaceleração da atividade em ano eleitoral.
Por fim, os economistas ressaltam que o câmbio bate com defasagem nas contas externas, mas deve ajudar adiante. “Safra forte em 2025 e alguma moderação da atividade econômica também ajudam. Mas parte da piora nas contas externas é estrutural e deve se manter”.
O banco projeta um déficit em conta corrente de 2,3% do PIB em 2025 e 2% em 2026.