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3 motivos para seguir comprado no etanol, mesmo com a chegada dos carros elétricos

17 jun 2021, 13:51 - atualizado em 17 jun 2021, 13:51
Etanol Biocombustível
O etanol não não está com os dias contados, muito pelo contrário, avalia o Santander Brasil (Imagem: Freepik)

Com os carros elétricos chegando ao mercado brasileiro, cada vez mais os biocombustíveis (etanol e biodiesel) têm sido colocados contra a parede. Mas, na avaliação do Santander  Brasil (SANB11), o etanol não não está com os dias contados, muito pelo contrário.

De acordo com um relatório obtido pelo Money Times, o consumo de biocombustíveis deve se manter sólido, mesmo com a penetração dos veículos elétricos (VEs) no País. Por quê?

O tempo explica boa parte da análise elaborada pelo Santander, após conversar com a equipe da Energia da Bain & Company sobre as perspectivas do etanol e o impacto potencial com veículos elétricos adentrado o mercado brasileiro.

“O número de carros elétricos só deve começar a crescer mais significativamente em 2030 em diante, devido à alta penetração do etanol e à limitação potencial para subsídios do governo brasileiro aos veículos elétricos”, é o primeiro motivo identificado pelos analistas setoriais Christian Audi e Rodrigo Almeida, que assinam o relatório.

Na sequência, a dupla do Santander explica que o RenovaBio deve continuar incentivando a produção de biocombustíveis — principalmente pelo incentivo econômico aos produtores –, mantendo o etanol vivo e competitivo no jogo.

Como terceiro ponto, a demanda por biocombustíveis também deve continuar a aumentar globalmente devido às metas agressivas de mistura, os analistas citam, por exemplo, a recente mudança da Índia para lançar o E20 até 2023.

De acordo com um estudo liderado por um influente executivo do setor de açúcar & etanol, o Brasil está prestes a inundar o mercado mundial de açúcar porque a transição do país para veículos elétricos reduzirá a demanda por biocombustíveis de base agrícola.

A demanda por etanol, que em alguns anos corresponde a mais de 50% de toda a cana-de-açúcar moída no Brasil, pode começar a diminuir a partir de 2025 e recuar cerca de 40% até 2035, de acordo com o cenário mais pessimista traçado pelo estudo.