Comprar ou vender?

3 motivos para não se empolgar com a Petrobras agora

06 abr 2020, 16:50 - atualizado em 06 abr 2020, 16:50
Petrobras
Melhor esperar: Petrobras dependem de fatores externos para recuperar o valor, segundo a Ágora (Imagem: Valter Silveira/Money Times)

A Ágora Investimentos, gestora do Bradesco (BBDC4), publicou relatório com recomendação neutra para as ações da Petrobras (PETR4), com preço-alvo de R$ 16. A cifra representa uma alta potencial de apenas 3,16% sobre a cotação de referência da instituição.

Segundo Vicente Falanga e Ricardo França, que assinam a análise, afirmam que há três motivos para a cautela. O primeiro é confirmar que a Opep+, o cartel dos países produtores de petróleo, de fato se reunirá para discutir a situação atual.

A dupla lembra que não há data para o encontro, embora a Rússia tenha emitido sinais recentes de que está disposta a colaborar com os árabes. Outro sinal de esperança é a declaração do presidente dos EUA, Donald Trump, de que o país também pode se comprometer com o corte da produção.

O segundo motivo de cautela é, justamente, avaliar que países se comprometerão em reduzir sua produção, a fim de elevar os preços. O último fator é a dimensão e a efetivação do corte.

Para a Ágora, somente uma redução de 10 milhões a 15 milhões de barris por dia poderá reverter a tendência de queda da cotação da commodity.

“Fiasco”

A gestora acrescenta que a prudência é necessária, diante do “fiasco” do último encontro da Opep+, no começo de março.

Como se sabe, os árabes propuseram um corte na produção, a fim de conter os preços, mas a Rússia não acatou a sugestão e detonou uma guerra de preços que derrubou o setor nas últimas semanas.

Segundo a Ágora, as ações da Petrobras só reagirão, se a curva de preços futuros do petróleo mudar sua tendência de queda. “Seguimos cautelosos com as ações de empresas de petróleo, esperando o desenvolvimento dos principais debates sobre cortes na produção”, afirma.

A Ágora também cortou a estimativa de produção diária da Petrobras, neste ano, em 200 mil barris. Os analistas projetam, ainda, uma queda de 7,4% no volume de gasolina vendido, e uma pequena alta de 1,5% nas vendas de diesel.

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