3 motivos para investir na Vale, segundo a Capital Research
Desde o rompimento das barragens de Mariana, em 2015, e de Brumadinho, em 2019, ambas em Minas Gerais, a Vale (VALE3) tornou-se uma empresa “non grata” nas carteiras recomendadas de ações.
Aos poucos, contudo, a mineradora volta a atrair a atenção dos analistas, e é cada vez mais citada como uma boa opção de papel. A Capital Research é o exemplo mais recente. A casa de análises lista três motivos para investir na empresa. São eles:
1. O aumento da oferta, nos próximos anos, não deve baixar os preços no mercado internacional
Com as paradas de produção, decorrentes das tragédias de Mariana e Brumadinho, a Vale perdeu o posto de maior produtora de minério de ferro do mundo para a australiana Rio Tinto. A expectativa, contudo, é que a brasileira acelere o passo e alcance o patamar de 400 milhões de toneladas em 2022.
Isso poderia jogar o preço no chão, mas a Capital Research avalia que o mercado de minério de ferro, como um todo, crescerá a um modesto ritmo de 0,8% ao ano entre 2020 e 2029 – uma freada e tanto, comparando-se à taxa de 3% ao ano da década passada.
O motivo será a forte desaceleração das mineradoras australianas, que cresciam 8,7% ao ano, nos últimos anos, e devem cair para 0,7% ao ano, daqui para a frente.
2. A China continuará com um apetite de dragão
O avanço da indústria chinesa será mais do que suficiente para absorver o acréscimo de minério de ferro, nos próximos anos. Mesmo que não repita o impressionante desempenho da última década, quando a indústria siderúrgica local avançou 11% ao ano, diante de 1% da produção mundial, a China ainda pode superar, com alguma folga, a curva de oferta de minério de ferro.
Assim, a Vale estaria com um cenário bastante promissor pela frente: aumentará a produção, no momento em que os maiores rivais frearão, e terá um cliente faminto por minério de ferro, a ponto de comprar mais do que o mercado oferece, o que elevará os preços (ou, pelo menos, irá sustentá-los).
3. Moeda forte
Por último a Capital Research lembra de outro ponto: por ser uma commodity mundial, o minério de ferro é cotado em dólar. Logo, a mineradora brasileira poderá se beneficiar do apetite chinês e da força da moeda americana.