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3 lições do modelo de jogos como serviço (GaaS) para profissionais de marketing

16 fev 2022, 18:30 - atualizado em 16 fev 2022, 18:30
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O modelo de jogos como serviço (GaaS) proporciona lições valiosas para profissionais de marketing (Imagem: Unsplash/Sigmund)

Você já ouviu falar em GaaS – Game as a Service –, ou jogo como serviço? Trata-se de uma estratégia capaz de engajar e reter clientes que tem muito a agregar aos profissionais de marketing

A indústria de games no Brasil tem crescido expressivamente, de acordo com estudo do PGB (Pesquisa Game Brasil), 72% dos brasileiros tem costume de jogar jogos eletrônicos, independente da plataforma, sendo que homens e mulheres de diferentes idades estão inclusos nisso. 

Sendo assim, cada vez mais estão sendo pensadas em estratégias para monetizar esta indústria e, com o tempo, foi percebido que o GaaS é uma excelente forma para reter e engajar clientes. 

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Como funciona o GaaS? 

Os jogos como serviço (GaaS) são, em síntese, os jogos que, após comprados, disponibilizam serviços, recursos e itens especiais ao longo do jogo e os que não cobram para que sejam adquiridos, mas que dependem das compras e assinaturas dentro do próprio jogo para que seja gerado lucro. Alguns exemplos são Candy Crush, Fortnite e World of Warcraft. 

Dessa forma, os jogos disponibilizam itens, acessórios, entre outras possibilidades que melhoram a experiência do jogador, que abrem mais possibilidades dentro do jogo. 

Além disso, o modelo de assinaturas tem se tornado uma tendência, que permite que o jogador evolua no jogo, desbloqueie novidades e se mantenha engajado por mais tempo. Este modelo de negócio aplicado nos jogos permite maior retenção, experiência ao jogador e engajamento a longo prazo. 

Dessa forma, existem lições que podem ser tiradas para profissionais de marketing.

1. Microtransações 

Nos jogos, as microtransações ocorrem quando o jogador paga para desbloquear acessórios, poderes, entre diversas possibilidades de acordo com cada jogo. Essa é uma forma de manter a lucratividade e as vendas mesmo após a venda dos jogos. 

Apesar de este ser um assunto que gera muitas discussões na indústria dos games, pensando na ótica do profissional de marketing, pode ser utilizada para dar continuidade no engajamento, oferecendo mais serviços ou produtos. 

Pensando na aplicação em uma estratégia de marketing fora do universo dos games, um exemplo é a campanha do “Plano B de Beats”, que incentiva a compra com o parceiro Zé Delivery para poder concorrer à festa de Carnaval que vão realizar. 

Outra proposta da mesma campanha é a distribuição de um novo produto que não será comercializado nos Ensaios da Anitta, o que promove ainda mais o evento. 

Pensando em um outro âmbito do marketing, criadores de conteúdo que vendem cursos podem disponibilizar conteúdo gratuito nas redes sociais e ter como microtransação a criação de uma mentoria exclusiva, por um valor à parte. 

2. Nova forma de pensar publicidade 

O primeiro ponto é que a própria indústria de games é uma oportunidade de fazer publicidade a ser considerada, especialmente analisando o crescimento da indústria e as possibilidades de anunciar, como foi o caso da parceria da Nike com o Fortnite. 

Mas para além disso, a publicidade realizada nos jogos leva à reflexão de como os anúncios precisam cada vez mais ter um formato atrativo e posicionados de uma forma que não leve o consumidor a apenas querer ignorá-lo e continuar o que estava fazendo. 

O próprio caso da Nike é um exemplo do produto sendo utilizado nos personagens do jogo, fazendo com que o tênis se torne um objeto de desejo nas lojas virtuais do jogo e também na realidade. 

O modelo GaaS ensina a pensar a publicidade de uma forma cada vez mais personalizada com o público-alvo e que se destaque pelo posicionamento e inovação. 

3. Desenvolvimento de conteúdo 

Nos games, a estratégia de marketing de conteúdo era pensada toda com foco no lançamento, visto que era o momento de maior lucratividade, entretanto, isso mudou. 

Especialmente com as microtransações ocorrendo, o conteúdo precisou ser pensado para reter e engajar clientes, mantendo interesse nas novidades que vão surgir, com conteúdos desenvolvidos pré, durante e pós-lançamento. 

Dessa forma, essa é mais uma lição para os profissionais de marketing, que precisam definir estratégias em que o desenvolvimento do conteúdo seja personalizado, contínuo, interessante, retenha clientes e atraia novos. Sim, é um grande desafio. 

Pensando em um exemplo fora do universo dos games, temos a Bianca Andrade em seus conteúdos para o Boca Rosa Beauty, onde a produção de conteúdo ocorre desde antes do lançamento, conta com uma narrativa e a produção do conteúdo segue após o lançamento.