Coluna do Heverton Peixoto

3 fatores que são o colete salva-vidas do pequeno empresário

04 jul 2023, 10:41 - atualizado em 04 jul 2023, 10:41
empresário, seguro
Pequeno empresário precisa olhar além dos bancos se quiser acesso a crédito para investir no negócio. (Imagem: Pixabay Limassol/Cyprus)

O pequeno empreendedor vem buscando maior equilíbrio para o sucesso dos negócios. Ele tem encontrado amparo muito além dos bancos, em um tripé salvador, especialmente para quem pensa de forma mais estratégica.

Isso passa por:

  1. apoio consultivo de financeiras mais longevas e confiáveis, com serviços completos, eficazes, digitais, customizados e menos burocráticos de empréstimos e financiamentos;
  2. o uso de recebíveis como garantia;
  3. a adesão ao seguro prestamista como proteção adicional.

Descentralização do crédito

O mercado tem vivido um momento contínuo de descentralização do crédito. Os grandes bancos, como Caixa, Banco do Brasil, Santander, Bradesco e Itaú, ficaram com 59% dos requisitantes de empréstimos e financiamentos em 2022. Trata-se do menor resultado desde 2007. Excluindo crédito rural e imobiliário, os números seriam ainda menores: 50%, segundo o Banco Central.

Embora a “debandada dos bancos” mais expressiva tenha se dado no crédito não consignado com pagamento em folha, chamo a atenção para outro indicador relevante. O número de pequenas empresas que buscaram empréstimos ou financiamentos bateu recorde, em meio a este período de juros e inadimplência altos. Cerca de 7,4 milhões pegaram dinheiro para bancar os negócios em 2022. De acordo com dados do Banco Central, esse valor é mais que o dobro de dez anos atrás.

Para a tomada desses empréstimos e financiamentos, a opção pelos recebíveis como garantia tem crescido, pois eles quitam dívidas, ajudam no capital de giro e movimentos de expansão e investimentos. Essa alternativa permitiu 11,3% a mais de operações de crédito, só para pequenas empresas em 2022, segundo o Sebrae.

Como as financeiras têm empréstimos e financiamentos como core, elas atuam mais próximas aos clientes. E as melhores já observaram o valor do planejamento financeiro, destacando que a antecipação de recebíveis costuma ser menos burocrática e ter taxas de juros mais baixas que as do cartão de crédito e cheque especial, uma vez que o risco de inadimplência é menor. Mas também que operações como essa não devem se tornar um vício, a ponto de comprometer a saúde financeira da empresa contratante.

Seguro prestamista

Outra forma de precaução está no fato de os empréstimos e financiamentos estarem cada vez mais atrelados ao seguro prestamista. Essa é uma opção que tem caráter de recomendação feita pelas melhores financeiras, a ser assumida pelo devedor em uma operação de crédito como garantia adicional ao pagamento total ou a amortização da dívida, caso o segurado não consiga quitar o compromisso.

O seguro prestamista atua no pagamento de dívidas de cheque especial, cartão de crédito, financiamento de imóveis, veículos, consórcios e empréstimos em geral. Ele movimentou, só no primeiro trimestre deste ano, um total de R$3,9 bilhões, o que representa 14% acima do ano anterior, que foi R$ 3,4 bilhões, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Toda essa oferta mais inteligente vem crescendo nas melhores financeiras, que agora também vão criando os seus braços de seguros, gerando receitas escaláveis. Com maior porte, elas fazem cada vez mais frente às instituições tradicionais, especialmente em razão da diversificação do portfólio e da maior possibilidade de fidelização dos públicos de relacionamento.

Para quem tem propósito e visão de legado para o Brasil, nada melhor do que a democratização do acesso ao crédito vinculado à disseminação do planejamento financeiro para o crescimento da MPMEs de forma sustentável. Mais uma prova de que inovação não está só na tecnologia, mas sim na forma de fazer mais e melhor.

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