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3 cenários possíveis para a economia global e como investir em cada um

26 ago 2022, 11:20 - atualizado em 26 ago 2022, 11:29
Dólar
XP prevê três cenários para a economia global: inflação alta e persistente; recessão econômica; e “pouso suave” (Imagem: Pixabay/Engin_Akyurt)

Existem três cenários possíveis para o futuro da economia global nos próximos seis a 12 meses: inflação alta e persistente, recessão econômica e “pouso suave”, segundo a XP Investimentos.

A avaliação é feita em um momento em que investidores questionam os possíveis rumos da economia global, e, principalmente, como proteger os investimentos.

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Inflação alta e persistente

De acordo com a corretora, a inflação alta e persistente traria a necessidade de taxas de juros de equilíbrio maiores, além de corroer o poder de compra dos consumidores.

Na análise da XP, do lado “positivo”, a inflação alta ajudaria os governos a reduzirem o seu endividamento recorde, na medida em que o valor dessas dívidas acaba sendo também corroído.

Outro efeito é a desvalorização das moedas, por conta do menor poder de compra.

Onde investir?

No cenário de inflação alta e persistente, os títulos de renda fixa pré-fixados, além de moedas, perdem valor na medida em que a inflação segue elevada, destacou a XP.

A melhor proteção para esses cenários são os ativos reais, indicam os analistas – ou seja, aqueles que protegem o investidor da inflação:

  • Títulos de renda fixa atrelados à inflação e pós-fixados;
  • Imóveis e terras, como os Fundos Imobiliários (FIIs) e FIAGRO;
  • Commodities e metais preciosos; e
  • Ações, pois as empresas conseguem repassar a inflação para seus preços.

Os especialistas ainda afirmam que o Brasil tende a ir bem nesse cenário, pois tanto a economia quanto a Bolsa são bastante dependente do rumo dos preços das commodities.

Recessão econômica

A XP avalia que o cenário de recessão econômica é o que parece estar mais próximo. Isso porque a “economia global já dá claros sinais de desaceleração”, afirma.

Os analistas destacam que a China, o maior propulsor da economia global nas últimas décadas, mostra sinais de um crescimento fraco, por conta da política de zero-Covid e dos problemas no mercado imobiliário.

O consenso de mercado já reduziu as estimativas de crescimento do PIB chinês de 3,7% para 2022.

Já na Europa, os preços de energia continuam em forte alta, que junto à incerteza em relação a disponibilidade no próximo ano, deverão ter um impacto direto na economia europeia.

Nos EUA, enquanto a economia segue mantendo vários indicadores robustos, como no mercado de trabalho que segue apertado, a XP pontua que outros indicadores começam a dar sinais de desaceleração.

Um desses indicadores antecedentes é o Índice dos Gerentes de Compras Industriais (PMIs), afirma a corretora.

Onde investir?

No cenário de recessão econômica, os ativos de risco tendem a passar por uma forte correção, disse a XP.

“Por um lado, a recessão ajuda a reduzir a demanda agregada e trazer a inflação de volta à normalidade mais rápido”, disseram os analistas.

“Porém, as bolsas tendem a cair entre 30% e 40% do pico na média, os lucros das empresas caem entre 15% e 20%, e as economias contraem durante o período recessivo, levando a uma alta no desemprego”.

Nesse cenário, os investidores tendem a buscar ativos de baixo risco:

  • Caixa (renda fixa pós-fixada);
  • Ações de empresas de baixo risco (setor elétrico, telecomunicações, e outros);
  • Metais preciosos como o ouro; e
  • Ativos em países desenvolvidos ao invés dos emergentes.

“Pouso suave”

Um último cenário projetado pela XP para a economia global é um que os próprios BCs parecem apostar, o do “pouso suave” da economia.

Nessa possível realidade, a inflação voltaria à normalidade sem a necessidade da economia entrar em recessão, segundo a corretora.

Dessa forma, as taxas de juros não teriam que subir tão bruscamente, e a economia conseguiria escapar de uma desaceleração mais severa.

Segundo os analistas, esse seria o melhor cenário entre os três possíveis.

Onde investir?

No cenário de “pouso suave”, os ativos de risco conseguiriam voltar a subir a medida que o mercado volta a ficar mais otimista, explicam os analistas.

Com expectativas de que as bancos centrais subam menos os juros, as taxas de juros de longo prazo tendem a cair também, dando um alívio para os setores de maior crescimento, como empresas de tecnologia.

Na renda fixa, os títulos pré-fixados ficam mais atrativos, por conta da queda de taxas de juros, principalmente para os título pós-fixados.

Além disso, dizem, seria um cenário favorável para a Bolsa brasileira, com os investidores globais voltando a ter maior apetite para tomar risco.

“Nesse cenário, uma alocação com maior tomada de risco seria o mais adequado”, avaliam.

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