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3 ações que estrearam em 2021 e despencaram. O que esperar delas em 2022?

22 dez 2021, 8:00 - atualizado em 17 dez 2021, 17:19
IPOs
2021 foi o ano dos IPOs na Bolsa brasileira, porém as ações novatas e de baixa liquide foram pegas em cheio pela volatilidade dos mercados (Imagem: Getty Images)

O ano de 2021 foi marcado pela estreia de diversas empresas na Bolsa brasileira, que juntas chegaram a movimentar mais de R$ 64 bilhões, com mais de 40 companhias listando ações. Mas os números podem dar a falsa sensação de que tudo foi fácil – e a situação ficou bem longe disso.

A própria janela de IPOs (Ofertas Públicas Iniciais de Ações, em português) ficou mais seletiva e muitos papéis  novatos ficaram mais vulneráveis à volatilidade do mercado.

Nesse cenário, o Money Times separou três ações que estrearam na B3 (B3SA3) ao longo do ano e despencaram de valor. Veja o que o mercado ainda pode esperar das ações da Espaçolaser (ESPA3), GetNinjas (NINJ3) e Mobly (MBLY3) em 2022.

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Vencendo a inflação

Alta dos juros para conter inflação foi um dos vetores que amassou as ações da Espaçolaser, GetNinjas e Mobly ao longo de 2021 (Crédito: Shutterstock

A Espaçolaser é uma empresa do segmento de depilação a laser e que listou suas ações na B3 em fevereiro a R$ 18. Até a última quarta-feira (15), o papel era negociado a R$ 8,30 cada, uma queda de 54% em relação ao seu IPO.

Um dos principais riscos para a empresa em 2022, e que ajuda a entender a derrocada até aqui, é a disparada da inflação. “O risco operacional de expansão de novas lojas e as condições macroeconômicas locais, principalmente PIB e inflação, pressionam o papel em 2022″, segundo o BTG Pactual (BPAC11).

O ciclo de alta de juros encabeçado pelo Banco Central para conter a inflação tem lá o seu lado amargo, ao encarecer o crédito e o financiamento, e afeta em cheio o orçamento das famílias e seus gastos com bens e serviços.

A despeito das incertezas, o banco recomenda a compra das ações da Espaçolaser, com preço-alvo de R$ 23, implicando potencial de alta de 177% nos próximos 12 meses.

A tese ancora-se no foco na qualidade do serviço e no cliente, além expansão orgânica, com 160 novas lojas esperadas neste ano (146 lojas já inauguradas) e o mesmo ritmo para os próximos anos.

Depois do tombo

As ações da GetNinjas e da Mobly estão entre as maiores desvalorizações percentuais dentre as companhias que se listaram na bolsa brasileira neste ano.

A GetNinjas, startup que conecta clientes a prestadores de serviços, chegou ao mercado valendo R$ 20 em maio e afundou 72% em relação ao seu IPO, com cada ação cotada a R$ 5,59 no último dia 15.

Enquanto isso, a varejista de móveis e decoração Mobly viu suas ações despencarem em torno de 75% desde fevereiro, indo de R$ 21 para R$ 5,35 no último dia 15.

Depois de tamanhos baques, ambas companhias têm potencial de entregar retornos consideráveis em 2022, segundo analistas.

Os analistas Richard Cathcart e Flávia Meireles, da Ágora Investimentos, recomendam a compra da Mobly, apesar do quadro inflacionário desafiador, e estimam potencial de alta de 180%, com preço-alvo de R$ 15 nos próximos 12 meses.

“Ação está sendo negociada com um grande desconto dado o múltiplo de 0,2 vez o valor da empresa sobre o volume vendido bruto de mercadorias (EV/GMV). Esperamos que as tendências de crescimento comecem a acelerar no quarto trimestre”, comentam.

Na análise da GetNinjas, também pesa o aumento da aversão a risco entre os investidores. O Bank of America cortou o preço-alvo do papel de R$ 28 para R$ 23 nos próximos 12 meses, mas manteve a indicação de compra.

A parceria da startup com o Banco Pan (BPAN4) também pode destravar ganhos ao longo de 2022 e é reiterada na tese do Credit Suisse, que recomenda a comprada de GetNinjas.