3 ações, 1 ‘top pick’: BTG rebaixa papel e eleva preço-alvo de favorita do setor de celulose para 2024; veja
O BTG Pactual (BPAC11) divulgou nesta segunda-feira (4) seu relatório com perspectivas para as ações do setor de Papel & Celulose para 2024.
De acordo com o banco, cinco fatores têm sido monitorados de perto:
- o reabastecimento de celulose na China tem sido um dos principais impulsionadores da recente alta nos preços da celulose de fibra curta, conforme evidenciado pelos embarques para a região expandindo 25% no acumulado do ano;
- preços da madeira de lei já estão ligeiramente acima dos custos marginais de produção (~US$ 600/t), com BTG acreditando que alguma capacidade integrada chinesa deverá retornar ao mercado;
- a demanda europeia e norte-americana permanece fraca/abaixo da média, mas o recente movimento de redução de estoque provavelmente chegou ao fim;
- desaceleração inesperada do mercado continua acima das expectativas em 2 milhões de toneladas por ano, impactando principalmente a fibra longa;
- os estoques em toda a cadeia de valor estão agora próximos da normalização, com o reabastecimento dos consumidores quase concluído.
Entre as três ações de celulose listadas na B3, que são Klabin (KLBN11), Suzano (SUZB3) e Irani Celulose (RANI3), o BTG elevou o preço-alvo da sua “top pick” (ação favorita) e rebaixou a sua recomendação para um papel.
Para o banco, os mercados estão preparados para um período muito apertado entre 2025 e 2028, com pouca (ou nenhuma) oferta esperada, o que poderá exercer uma subida significativa nos preços.
BTG rebaixa Klabin
Durante anos, o banco reconheceu a qualidade dos ativos da Klabin.
“Reconhecemos o valor significativo de suas ações, o que nos levou a manter a recomendação de compra”, explica.
No entanto, à luz do seu desempenho superior no acumulado do ano em comparação com a Suzano e das últimas atualizações corporativas (em termos de capex e evolução de custos), o banco optou por rebaixar a recomendação para neutra.
Esse ajuste é impulsionado pelo prêmio de valuation visto na Klabin sobre a Suzano (atualmente em ~20%), um diferencial que o banco acha difícil de justificar.
Adicionalmente, ao considerar os próximos anos, o BTG observa um fluxo de caixa livre (FCF) e potencial de desalavancagem comparativamente menores para a Klabin.
Assim, a recomendação para ação da Klabin passou de compra para neutra, com o preço-alvo passando de R$ 31 para R$ 26.
A ‘top pick’ e outra ação para comprar
Durante anos, o BTG defendeu que as ações da Suzano refletiam inadequadamente seu potencial de crescimento, particularmente com Cerrado e outras opcionalidades (tissue, fluff, créditos de carbono…), ao mesmo tempo que precificam uma curva de celulose notavelmente conservadora de US$ 500-540/tonelada.
Com o projeto Cerrado previsto para começar em meados de 2024, acrescentando cerca de 25% à sua capacidade de baixo custo, o banco mudou o foco para os lucros potenciais da empresa pós-projeto.
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O BTG espera que a geração de fluxo de caixa livre se aproxime de 20% e a desalavancagem seja mais relevante até o fim de 2024, atributos únicos no setor e cobertura do banco.
Dessa maneira, a recomendação do banco para “top pick” se manteve em compra, com elevação do preço-alvo de R$ 71 para R$ 79.
Por fim, o BTG recomenda compra, com preço-alvo de R$ 14, para Irani. O ciclo favorável parece bastante precificado nos níveis atuais, mais o banco continua vendo as ações não refletindo o seu potencial de crescimento.